A animação The Witcher: A Lenda do Lobo já estrou na Netflix e apresenta uma história cheia de ação protagonizada pelo jovem Vesemir, mentor de Geralt de Rívia. Os roteiros estão nas mãos de Beau Demayo, também responsável pelo terceiro episódio da primeira temporada do live-action, e estão com uma boa qualidade. O responsável pela direção é Han Kwang II e animações do Studio Mir, conhecido por trabalhos como “A Lenda de Korra” e “A Morte do Superman”.

Mas tem referências? A história é boa? Para responder essas e outras questões e ficar por dentro da história, detalhes da animação e muito mais confira os tópicos abaixo.   

Roteiro coeso e muitas referencias 

A narrativa da animação tem início com o jovem bruxo Vesemir caçando um Leshi na floresta. Entretanto, o monstro parece diferente dos demais por falar uma linguagem élfica antiga. Em outro núcleo vemos a feiticeira Tetra em uma audiência com o conselho de Kaedwen, reino em que se localiza a fortaleza dos bruxos, tentando convencer o rei a ir contra os caçadores de monstros. Partindo deste dois pontos, temos uma história com muita ação, reviravoltas e encontros surpreendentes.

Durante a história o jovem Vesemir também encara o seu passado, sendo estes momentos contados a partir da sua infância quando decidiu ser um bruxo. Desta forma, é mostrado o Teste de Ervas e os desafios necessários para sua formação, contrapondo com o treino que ele aplica a algumas conhecidas crianças. Inclusive,  questionamentos de amadurecimento de um Vesemir jovem para sua fase Mentor são respondidas e justificadas de forma muito clara.

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Sobre dublagem

A dublagem dos personagens estão bem feitas, seja na versão em inglês ou na versão em português, combinando o visual do personagem com as suas respectivas vozes. Entre os dubladores da versão em inglês destaca-se Theo James (como Vesemir) e Graham McTavish (como Deglan). Vale lembrar que Theo James já interpretou o jovem Vesemir em um curto trecho da primeira temporada do live-action.

Sobre a animação

Tecnicamente a animação The Wither: A lenda do Lobo é muito boa e apresenta poucos momentos, pelo menos perceptíveis de CGIs. As lutas saltam aos olhos pela sua velocidade e dinamicidade, contrastando bem com os momentos de calmaria que fazem um bom uso de paisagens, assim, mostrando uma preocupação com o ambiente em que a narrativa se passa, não somente com a ação dos personagens.

Um aspecto que pode chamar a atenção dos fãs mais antigos é a forma com que os sinais são representados. Aqui temos a utilização dos sinais igni e aard de uma forma mais ampliada e se assemelhando a poderes utilizados em Avatar e Dragon Ball. O excesso mostrado vai contra o que é nos livros, série e jogos, já que os bruxos não dominam a magia da mesma forma que as feiticeiras e magos. 

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Entretanto, tal escolha de representação dos sinais é compreensível quando se leva em conta o estilo utilizado, que a Netflix chama de anime,  e o nicho que tenta se enquadrar. Talvez, a abordagem mais discreta pudesse tirar não só a dinamicidade, mas também o impacto e grandiosidade pretendida em certas cenas.

Mas, é para todo mundo?

The Witcher: A Lenda do Lobo apela principalmente para dois públicos: os fãs franquia The Witcher e quem busca animações próprias da Netflix. Colocando os fãs da franquia em primeiro lugar posso passar que a impressão que a animação ignora os que estão chegando agora neste universo, porém não é o que acontece. 

De uma forma bastante clara e explicativa, sem ser expositiva demais, questões básicas do universo de The Witcher são apresentadas e isso torna todo o conteúdo bastante acessível. Tal acessibilidade no material não deixa os fãs desamparados, pois são mostrados mais elementos como criaturas e explicações para acontecimentos passados de forma muito satisfatória. 

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Veredito

The Wither: A lenda do Lobo apresenta um roteiro bem estruturado, coerente e com uma abordagem do Continente que trata com respeito o cânone da franquia. Pela forma que é construída, a história adiciona referências aos que já conhecem o mundo de The Witcher, mas não deixa de lado os novos espectadores ao apresentar conceitos básicos para quem tem na animação seu seu primeiro contato com este universo.

Além da trama surpreender quem assiste, os personagens são fortes  e marcantes. Entre as interações se destaca Vesemir e Lady Zerbst, bem como a feiticeira Tetra que mesmo não escondendo seus planos é uma personagem desafiadora. Ainda sobre os personagem, vale comentar que a dublagem está com um boa qualidade, seja na versão em inglês ou em português.  A trilha sonora é outro ponto alto da produção ao trazer  composições características da franquia, destacando-se os violinos e a viola de roda. 

Sem dúvida, A Lenda do Lobo é uma animação que vale muito a pena ser vista. Atenção que se você não conhece o universo de The Wither, essas história pode ser o começo de seu mergulho infestado de monstros, magias e pela sede de poder.

Confira a crítica em vídeo:

REVER GERAL
Enredo
Animação
Dublagem
Trilha sonora
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Jogador de Gwent for fun e Mestre em Ciência da Computação.
the-witcher-a-lenda-do-lobo-criticaThe Witcher: A Lenda do Lobo tem uma boa animação e apresenta a história de forma ágil e clara. Os flashbacks são explicativos e interessantes ao contar o passado de Vesemir.