As revistas publicadas da linha Hellblazer, pelo menos no padrão de compilado, se destaca pela qualidade de seu material e histórias separadas por autores. Iniciada pela linha Vertigo, agora DC Black Label, as histórias do mago Constantine conquistaram muitos leitores por abordarem um universo sombrio. Além disso, é marca registrada do personagem o sarcasmo, cinismo e carisma.

Entretanto a publicação Hellblazer: Passagens Sombrias, escrita por Ian Rankin,  desenhada por Werther Dell’edera e publicada no Brasil em 2011 pela Panini Comics, se destaca primeiramente pelo formato de publicação: um formato menor que o americano e desenhos em preto e branco. Após uma apresentação visual estética diferenciada, somos levados a uma história com as reviravoltas características e a representações de um reality show do inferno.

Uma história infernal

Em seu enredo temos Johnn Constantine chegando em sua casa de mais um dia normal de sua vida. Ao entrar em seu apartamento depara-se com um executivo que lhe oferece uma recompensa para resolver um suposto problema sobrenatural.

O reality Passagens Sombrias colocou seis jovens em uma casa. Agora confinados, eles serão submetidos a sustos enquanto procuram por um tesouro. Porém, os participantes está tendo estranhas visões que não fazem parte do planejado. Para ser mais eficiente, Johnn assina a papelada e entra como um participante. Será que isso vai dar certo? Quais são as reais intenção do programa?

Durante a história teremos temas polêmicos abordados, como o suicídio e abuso, e atitudes no mínimo estranhas e duvidosas, mas claro, se não tivesse tais características não seria Johnn Constantine. Um aspecto importante é entender que o universo do personagem é constante, assim, a se liga a títulos escritos por outros autores. Entretanto, Passagens Sombrias é autoexplicativa e não depende de leitura prévia.

Arte, roteiro e personagens

Como dito anteriormente toda a arte da história é em preto e branco. Por mais que a cor consiga dar um destaque ao horror visual, aqui a escolha remete a filmes clássicos de terror e trabalha bem a construção de ambiente. Assim, ao juntarmos os elementos apresentados é possível perceber a claustrofobia do encarceramento e como cada personagem está lidando com tudo.

O roteiro também não deixa a desejar. Os pontos vão se ligando sem pressa, mas de forma eficiente para a história não ter enrolação e chegar em uma conclusão coerente. As reviravoltas podem surpreender o leitor e não são reveladas de uma única vez.

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Em relação aos personagens, os jovens seguem arquétipos ja conhecidos e tradicionais de filmes de slasher. Por exemplo, temos o esportista, o nerd, a bonitinha e etc. O comportamento planificado da maioria deles servem como alavanca para Constantine se destacar e o por sua personalidade.

Veredito

Hellblazer: Passagens Sombrias é uma ótima história. Seu formato diferenciado chama a atenção, mas serve bem ao propósito de apresentar uma história inusitada até mesmo para o já vivido Constantine. Sem dúvida é uma leitura que vale apena e que quando iniciada é difícil de parar sem ficar curioso sobre seu fim.