The Knight Witch foi lançado em novembro de 2022, chegando para as plataformas Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, PC (via Steam) e Nintendo Switch. desenvolvido pela super Awesome Hyper Dimensional e publicado pela Team17, o título traz a proposta de mesclar navegação e exploração por mapas que caracterizam um metroidvania, mas com elementos que se vinculam aos vínculos dos personagens e batalhas intensas. Com um visual simpático, o game pode capturar a atenção dos jogadores pelo todo de suas características. vem com o Mega e confira mais detalhes do game!

Narrativa e o poder do vínculo

Em seu enredo, o jogador é colocado em meio ao conflito entre a Casa Daigadai, que desenvolveu uma tecnologia revolucionária ao custo de recursos naturais, e as Knight Witches. As guerreiras eram as únicas que poderiam contrapor os golens mecânicos criados pelos Daigadai em questão de força, porém a vitória no combate teve como consequência o rompimento do céu e a destruição da superfície, assim, deixando de ser habitável. Neste cenário caótico, os habitantes fugiram, se abrigaram e reconstruíram sua civilização no subterrâneo. Porém, a paz não durou muito, já que alguns anos depois os golens começaram a reaparecer.

A partir desta introdução é apresentada a protagonista Rayne, que no passado foi treinada para ser uma feiticeira, porém acabou se casando e escolheu viver uma vida pacata. Com a volta das ameaças, a personagem volta a ser uma Knight Witch para descobrir a origem da nova invasão.

The Knight Witch - 3
Reprodução: Team17

A história em si é interessante e apresenta uma construção que pretende passar uma certa profundidade. As mecânicas presentes no jogo, com o laços entre os personagens representarem uma fonte de força é um bom exemplo disso. Assim, é possível escolher certas respostas que podem influenciar na sua popularidade e ligação com demais personagens, o que pode colocar o jogador em decisões como contar a verdade ou manter seu status. Entretanto a ideia desta mecânica promissora não é totalmente aproveitada, pois as escolhas representam pouco impacto nos eventos e na personagem. Isso faz com que as decisões percam sua importância e tragam uma ideia de “vou escolher qualquer coisa já que não vai mudar mesmo”.  

Batalhas intensas

Se mecânicas implementadas na narrativa – e que deveriam impactar na gamplay – apresentam pontos falhos, as escolhas para a batalha em si funcionam muito bem e são um dos pontos fortes do título. Por ser um guerreira e feiticeira, Rayne pode voar pelos cenários e lançar diferentes feitiços que tornam os embates bastante variados e estratégicos, ressaltando que durante o game encontramos muitos tipos de ataques diferentes e se enquadram em diferentes situações e contra quem estamos batalhando. Por exemplo, temos feitiços (que são armazenados em cartas) que criam explosões, projéteis e espada de energia capazes de atordoar inimigos.

The Knight Witch - 2
Reprodução: Team17

Falando em batalhas, os inimigos e chefes são variados e apresentam um bom design. Alguns dos embates são marcantes e podem exigir múltiplas tentativas, já que há situações que podem se transformar em um bullet hell que exigirá muita atenção atenção ou  uma combinação de inimigos e armadilhas que pedirá por navegações precisas pelo mapa e entendimento de qual inimigo deve ser destruído primeiro.

The Knight Witch - 1
Reprodução: Team17

Trajetos lentos e arrastados?

Os gráficos do jogo são atraentes e seus cenários apresentam cores bastante saturadas. Essa escolha pode tirar um pouco o peso da premissa que a narrativa propõe, porém a amenização do peso narrativo em contraste ao visual não prejudica a experiência e consegue adicionar um ar fantasioso, agradável e esperançoso. Achei o contraste uma abordagem acertada para atingir mais jogadores e trazer discussões como a utilização de recursos e o poder dos vínculos entre as pessoas, que estão presentes na premissa do game.

Quanto aos mapas, The Knight Witch apresenta uma navegação metroidvania mas um pouco mais lenta que o convencional. Parte da lentidãos e deve aos poucos pontos de viagens rápidas, assim, fazendo o jogador atravessar repetidas vezes áreas já visitadas e enfrentando novamente os inimigos que lá estavam. Também soma a lentidão a velocidade com que Rayne se locomove, caso possuísse habilidades para se mover mais rapidamente, ou até mesmo se tornasse mais rápida quanto mais forte, esta questão poderia ser atenuada. Este elemento de navegação lenta cansa e pode tornar a exploração tediosa entre as idas e vindas das missões.  

Veredito

The Knight Witch é um jogo curioso que apresenta uma narrativa sólida, boa gameplay de batalhas e um visual bastante caprichado. Entretanto, deixa a desejar na funcionalidade da mecânica de vínculo com personagens e na lenta navegação pelos cenários que é agravada pelos poucos pontos de viagens rápidas. Quando o assunto é inimigos, são apresentados uma boa variedade com chefes que trazem um bom desafio. As seções de batalhas que mesclam armadilhas e inimigos tem um bom design e exigem precisão do jogador.

Mesmo com alguns problemas, o título é interessante em sua narrativa e vale a pena ser jogado, podendo agradar diferentes públicos pela ação em seus combates e sua narrativa, que é contada de forma leve, mesmo apresentando um potencial bastante denso.

Chave cedida pela Team17 para Xbox Series

REVER GERAL
Narrativa
Gameplay
Visual
Navegação
Mecânicas
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Jogador de Gwent for fun e Mestre em Ciência da Computação.
critica-the-knight-witch-e-seu-metroidvania-com-bullet-hellThe Knight Witch é um jogo curioso que apresenta uma narrativa sólida, boa gameplay de batalhas e um visual bastante caprichado. Entretanto, deixa a desejar na funcionalidade da mecânica de vínculo com personagens e na lenta navegação pelos cenários que é agravada pelos poucos pontos de viagens rápidas.