O deck building brasileiro Ruff Ghanor é um titulo já aguardado e bastante promissor que pudemos testar durante a Brasil Game Show 2023. Com a proposta de trazer uma narrativa fortemente vinculada a sua gameplay, o jogo é cativante e apresenta não só as clássicas mecânicas do gênero, mas também uma narrativa fortemente vinculada com a construção e evolução do seu baralho.

Desenvolvido pela DX Gameworks e publicado pela Magalu Games e Nonsense Creations, o game chegará para PC (via Steam) em 22 de fevereiro de 2024.

Narrativa

Em sua narrativa, Ruff Ghanor nos apresenta ao personagem que dá nome ao game, um bebe abandonado próximo a um mosteiro e adotado pelos clérigos devido a seu grande poder. Treinado desde jovem, ele se vê predestinado a enfrentar Zamir, o tirânico Dragão Vermelho, e assim libertar os eu reino das ameaças e opressões desta criatura.

O game é baseado no primeiro livro da saga “A lenda de Ruff Ghanor – O Garoto Cabra”, publicado em 2014. A obra tem como autor Leonel Caldela, com ilustração de Marco Teixeira e Vilmar Rossi Jr, sendo editado por Alexandre Ottoni e Deive Pazos.

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Reprodução: DX Gameworks

É uma questão de escolha

Quando se trata de gameplay, Ruff Ghanor segue os mesmos padrões de títulos como Slay The Spire e Monster Train, porém carregando uma narrativa mais profunda e marcante em seus propósitos como Thronebreaker: The Witcher Tales. Ao longo do trajeto podemos escolher batalhas e pontos narrativos que podem trazer diferentes desfechos, principalmente no que diz respeito a construção de sua coleção de cartas. 

A escolha das cartas acaba sendo um bom guia de decisões quando se pensa o tipo de batalha você deseja fazer. Por exemplo, investir em cartas agressivas que causam mais dano de forma direta, implica em desobedecer certas ordens. Enquanto isso, ser mais submisso pode levar a mais cartas de facilite o uso de milagres e a postura mais neutra baseada em decisões medianas. A escolha mais neutra leva as cartas amarelas, caracterizadas por serem defensivas. Assim, combinar suas escolhas para o tipo de batalha que deseja terá um impacto direto na sua run.

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Reprodução: DX Gameworks

Além disso, em determinados pontos, Ruff será confrontado com escolhas como reconfortar ou não um novato que está nervoso antes da batalha ou até mesmo qual caminho seguirá até o alto da montanha. Decisões como essa são feitas comprando uma quantidade fixa de cartas e seu resultado baseado na quantidade de cartas da cor da decisão escolhida.

Por exemplo, subir uma montanha para obter uma grande recompensa pode exigir comprar 3 cartas vermelhas. Caso três destas cartas estejam na mão comprada é tido como sucesso, caso contrário fracasso e cartas que trazem consequências negativas são adicionadas ao seu deck base. Passagens como esta no jogo só reforça a importância de escolher com atenção quais serão as cartas levadas.     

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Reprodução: DX Gameworks

Em relação a dificuldade, vale ressaltar que o título é desafiador. Entretanto a maior parte dos momentos podem ser superados com a escolha correta de aliados e escolhas acertadas de cartas. Os desafios estão balanceados e o looping de ser derrotado em uma tentativa, construir um novo deck e superar os inimigos é gratificante. 

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Reprodução: DX Gameworks

O impacto dos elementos

Visualmente o jogo é atrativo, os modelos dos personagens são bastante caprichados e tanto os aliados quanto os inimigos são bastante variados e ricos em detalhes. Por se tratar de um deck building não é comum esperar um tratamento mais detalhado para questões como movimentações de personagens, o que pode resultar em golpes plásticos e um pouco desengonçados. Dado ao capricho no design dos personagens, contextualização de equipamentos com suas características, temos no game em Ruff Ghanor um movimentação mais orgânica.

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Reprodução: DX Gameworks

A trilha sonora é imersiva e prende a atenção, tornando toda a experiência de repetidas tentativas mais interessante e aumentando a imersão no universo proposto. Ainda na parte sonora, mas falando de dublagem, estão disponíveis as opções inglês e português, ambas muito boas. Com destaque para a dublagem em português, o game entrega um ótimo trabalho ao entregar uma trabalho de alto padrão.

A escolha narrativa de mostrar artes que caracterizam a cena narrada é comum e funcional para o gênero ao qual o o título se propõe. Quando combinamos a abordagem escolhida com o trabalho sonoro, temos um composição que que reforça o fator imersão e destaca a importância das ações na história de forma imponente.

Veredito

Ruff Ghanor é um deck building com narrativa curiosa e consistente, que divertido e mostra um grande capricho tanto no seu desenvolvimento em relação a parte técnica, pela ausência de bugs durante a gameplay, quando em sua parte estética. Elementos como a trilha sonora e a dublagem conseguem trazer o jogador próximo a história, assim, o incentivando a sempre tentar novamente e compreender mais como ultrapassar os desafios propostos. As mecânicas de construção vinculadas aos elementos narrativos são funcionais, encantando ainda mais quando momentos de pequenos diálogos podem impactar nas cartas que serão levadas e fortalecidas.

Chave cedida pela DX Gameworks para PC (Steam)

REVER GERAL
Enredo
Gameplay
Trilha sonora
Direção de arte
Dublagem
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Jogador de Gwent for fun e Mestre em Ciência da Computação.
critica-ruff-ghanor-e-um-deck-building-mais-que-competenteRuff Ghanor é um deck building com narrativa curiosa e consistente, que divertido e mostra um grande capricho tanto no seu desenvolvimento em relação a parte técnica, pela ausência de bugs durante a gameplay, quando em sua parte estética. Elementos como a trilha sonora e a dublagem conseguem trazer o jogador próximo a história, assim, o incentivando a sempre tentar novamente e compreender mais como ultrapassar os desafios propostos.