O universo de Cyberpunk 2077 continua se expandindo com histórias curtas e que abordam eventos pontuais com personagens banais que habitam Night City. Em XOXO temos novamente a parceria da CD Projekt Red com a editora Dark Horse Comics, publicada em quatro partes e que tem sua equipe criativa formada por Bartosz Sztybor nos roteiros e Jakub Rebelka na arte e colorização.

Sua narrativa aborda acontecimentos que podem ser definidos como comuns na vida de um membro de gangue de Night City, o que torna o foco narrativo criativo e instigante. Acompanhando um membro da gangue Maelstrom e uma garota integrante da Mox, somos inseridos no caótico cenário de um trabalho que envolve o ataque a um comboio. Entretanto, a ação e violência se mescla com o sentimentos com a aproximação dos personagens, quando memórias de sentimentos passados são aflorados no rapaz, fazendo com que ele salve a integrante da Mox e elimine seus colegas de gangue.

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A partir dos acontecimentos iniciais descritos anteriormente, a história se desenrola com as consequências das ações, porém é dado bastante destaque ao lado intimista dos personagens. Este lado mostra o passado do rapaz, bem como seus vínculos que colaboraram para alcançar a vida que leva no presente momento da história.

Por parte da outra personagem, é revelado certa incompreensão em entender e demonstrar o que sente, sendo tudo bastante mecânico ao seu ver. Mesmo em percepções distintas sobre o que sentem é interessante de ver como a história aborda o aspecto de como cada personagem percebe a si e como age com os outros perante um ambiente de opressão.

Em relação a arte e colorização, os diversos momentos são bem representados e conseguem contrapor de forma precisa a relação dos personagens com o ambiente, expressando desta forma, como eles percebem o que estão passando. Por exemplo, é recorrente a representação dos sentimentos do personagem masculino como passagens de desenhos animados ao estilo dos anos 50. Nessas passagens ele é representado como um lobo que independente do que aconteça acaba se prejudicando no final.  

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Veredito

Indo em contramão do que é mostrado em outras histórias já mostradas neste universo, como em Blackout que coloca o indivíduo contra a sociedade, Cyberpunk 2077 – XOXO opta por abordar os sentimentos dos personagens em relação aos outros, como é sentido e coloca a frieza deste universo como contraponto. Com uma abordagem que pode ser caracterizada como intimista e violenta, o universo de Cyberpunk fica bem contextualizado e consegue transmitir toda a intensidade e crueza de uma visão em que estética e ganância estão acima de qualquer coisa.

Sua arte e colorização são muito competentes e trazem aflição e curiosidade em momentos cruciais da histórias, assim emergindo mais o leitor. Dentro das ilustrações se destacam contrapontos que explicitam relações de prazer e dor a fim de dar destaque para os personagens envolvidos e transmitir o quão intenso é o momento que os protagonistas então passam. Sem dúvida é uma HQ que vale muito a pena ler, seja você um entusiasta do universo retratado no jogo da CD Projekt Red ou entusiasta de futuros distópicos que não estão tão longe de acontecer.    

REVER GERAL
Roteiro
Arte
Colorização
Ambientação
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Jogador de Gwent for fun e Mestre em Ciência da Computação.
critica-cyberpunk-2077-xoxo-traz-sentimentos-em-meio-ao-mundo-frioIndo em contramão do que é mostrado em outras histórias já mostradas neste universo, como em Blackout que coloca o indivíduo contra a sociedade, Cyberpunk 2077 - XOXO opta por abordar os sentimentos dos personagens em relação aos outros, como é sentido e coloca a frieza deste universo como contraponto.