A 200 Metros mostra a realidade da divisão | Crítica

O longa-metragem “A 200 Metros”, distribuído pela Synapse Distribution, estreia hoje (17) nas plataformas digitais. A produção, que foi indicado pela Jordânia para concorrer à categoria de Melhor filme Internacional no Oscar de 2021, conta uma história crível ao relatar as dificuldades dos moradores da região da Cisjordânia e Israel para realizar atividade rotineiras e de urgência.

Em seu elenco, o longa conta com Ali Suliman como Mustafa, Lana Zreik como a esposa do protagonista, Anna Unterberger como Anne e Gassan Abbas como Abul Nidal. De forma geral, a atuação do elenco é boa e consegue passar a crueza e os percalços enfrentados pelos moradores da região.

“A 200 Metros” está disponível para compra e aluguel na Claro Now, Vivo Play, Sky Play, iTunes/Apple Tv, Google Play e YouTube Filmes. Confira a crítica do filme!

Simples, mas real

No filme somos apresentados a história de Mustafa (Ali Suliman) que vive na Cisjordânia. Ele é separado de sua esposa (Lana Zreik) e filhos por 200 metros, estando entre eles o muro que divide a Cisjordânia e Israel. Quando seu filho sofre um acidente e sua entrada em Israel é negada, ele busca caminhos alternativos para atravessar a fronteira e reencontrar sua família.

O impacto no dia-a-dia

Normalmente a relação dos países ao redor Israel é retratada em meio a confrontos bélicos e missões secretas mirabolantes, porém como é o dia-a-dia dos civis? Qual o impacto que as decisões políticas causam em suas vidas? Bom, este é um dos pontos mais interessantes e que é abordado de forma bastante realista e com um escopo reduzido ao nível familiar no filme.

No longa, temos personagens que não estão envolvidos em exércitos ou atividades bélicas, são simplesmente civis que querem trabalhar e estar próximos de suas famílias. Entretanto, as tensões locais atuam contra qualquer sentido de normalidade, impedido a passagem na fronteira com a ausência de autorizações e a agressão ao próximo, por se considerarem “vilãs” mutuamente.

Ao retratar um ponto de vista mais reduzido e focado na família e rotinas comum a muitas culturas, o filme cria um ambiente propicio para a identificação com o espectador. Assim, mostrando que a visão macro de uma situação pode enganar ou trazer generalizações que desumanizam as pessoas e suas culturas.

Veredito

“A 200 Metros” apresenta uma história interessante, com uma boa atuação e um roteiro que da enfoque no dia-a-dia dos moradores da divisa da Cisjordânia e Israel. Ao apresentar um escopo menor, mais familiar e não concentrado em grandes guerras, o longa faz uma abordagem do cotidiano que retrata como decisões política influenciam nas atividades como trabalho e a convivência com a família. Inclusive, mostrando como o impacto das mesmas decisões fazem pessoas normais, entende-se civis, chegarem a situações de desavenças e desumanização do próximo.

*Cabine de imprensa virtual*