Conforme os episódios vão passando, já é possível criar um paralelo um pouco mais concreto entre a narrativa de Inuyasha e Yashahime, por enquanto sendo só representado pela narrativa episódica de monstro-da-semana, que contribui, mas não tanto, para a narrativa geral que a história está tentando construir. A nova série, por outro lado, vai ter que lidar com um tempo muito menor que a original para construir essa história, o que é um pouco preocupante.

O episódio começa com as meninas interagindo com o mundo atual, cada uma de sua forma, Moroha se dá bem com as práticas tradicionais da família, já que no mundo dela aquilo é rotina, e impressiona o seu bisavô, que a presenteia com uma pata de kappa e – parabéns ao roteirista – ela ama, diferente de como sua mãe agia. Setsuna mostra o quão naturalmente habilidosa ela é, aprendendo em poucos dias e se tornando proficiente no violino, quando Moroha explica que descobriu a maneira de levá-las de volta ao período sengoku.

Já Towa procura coragem para agradecer a seu pai adotivo por tudo que ele fez, e não ir embora com o sentimento de ingratidão, mas ele explica que sabia que eventualmente esse momento ia chegar. As 3 se preparam em frente à árvore sagrada, onde elas tem a oportunidade de dar seu último adeus antes de voltar ao “outro mundo”, Towa promete à sua irmã que vai voltar, sem nenhum arranhão (o que talvez me dê esperança de ver uma outra luta contra yokais no tempo presente, mas é só uma esperança).

A relação dessa família aquece meu coração.

Moroha então blefa com o demônio Cabeça de Raiz, dizendo que trocaria as 3 Pérolas, se ele abrisse o portal para que elas voltassem. Mas no caminho elas são paradas pelo espírito da árvore, que assume a aparência de Kikyou, que flechou Inuyasha nessa mesma árvore tantos anos atrás. Ela confronta as meninas com uma escolha, de matar o rei demônio Kirinmaru, que representa um grande mal ao mundo.

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Ela explica que Kirinmaru reinava entre os yokais do leste, enquanto o Grande Cão-Yokai, avô das meninas, reinava entre os do oeste, e isso mantinha o mundo em equilíbrio. Mas com Sesshomaru abdicando do posto de rei, abriu espaço para que Kirinmaru exercesse sua influência além do que o era permitido. Ela explica que para que haja equilíbrio, os dois precisam ser derrotados ao mesmo tempo, e Towa e Setsuna, apesar de não reconhecerem o nome de seu verdadeiro pai, se negam a realizar essa tarefa, então o espírito libera Cabeça de Raiz para lutar contra elas.

A mudança de estilo nesses flashbacks é muito bonita.

A exposição é seguida por uma cena de ação, que além de ser bem divertida de assistir por mostrar as 3 combinando golpes e lutando juntas, mostra o quão poderosa Towa consegue ser, mesmo sem ter noção ainda de seus poderes. É interessante como Moroha e Setsuna tem nomes para seus ataques mas Towa não, porque aquilo simplesmente é muito novo para ela. Logo depois. as meninas conseguem terminar sua viagem, e temos uma cena num plano que não parece ser o mesmo que todos habitam, com o espírito de um certo alguém preso na Árvore Sagrada, e a borboleta dos sonhos mencionada no episódio anterior. O espírito da árvore conta que Towa e Setsuna negaram seu pedido de prontidão, e que elas têm um espírito forte, e avisa que o espírito “dessa mulher” pode ficar preso para sempre se ele decidir abandoná-la. E então vemos a silhueta do próprio Sesshomaru se retirandoque já estava meio sumido desde o início-

Só nos resta ver aonde essa roda vai nos levar.

O ritmo do episódio foi bem mais lento que dos outros e teve muito mais momentos de exposição que momentos de interação das personagens, na minha opinião, o que acabou me desligando um pouco da narrativa. Mas esse final encheu minha cabeça de interrogações, e eu estou mais uma vez sedento por mais. Eu estava esperando que a história fosse seguir no caminho que ela está indo, mas o jeito que foi conduzido não caiu muito bem, pelo menos em mim. Agora todas essas dúvidas, esse ar de mistério que a história está sendo encaminhada, eu não tenho certeza se vai dar certo no fim, mas assim como as músicas de abertura e encerramento –que eu não sei como eu não mencionei ainda-, me cativa de uma forma que está além de explicações.

Nota: 3/5