3ª temporada de The Witcher: Crítica sem spoilers – A convite da Netflix, nós já pudemos conferir os cinco primeiros episódios da segunda temporada de The Witcher com antecedência.

Nesse texto não serão passados spoilers da trama, porém analisaremos tópicos importantes que fazem parte da composição da série e também alguns que já são de conhecimento público.

A trama 

A 3ª temporada de The Witcher começa um ano após os eventos em Kaer Morhen, mostrando Geralt (Henry Cavill), Ciri (Freya Allan) e Yennefer (Anya Chalotra) navegando o Continente e fugindo de seus algozes.

A temporada cumpre a promessa de estabelecer os laços entre os três protagonistas, corrigindo as principais falhas das temporadas anteriores. A sincronia é deliciosa de assistir, com grande química entre Yennefer e Ciri em particular.

ciri, yennefer e geralt sentados à mesa na 2 temporada de the witcher
Reprodução/Netflix

A trama política também é envolvente, mas cai na armadilha já conhecida em tramas de fantasia: muitos nomes de lugares e pessoas que pouco importam para a audiência geral. Entretanto, todos são ligados pelo objetivo em comum de capturar Ciri, levando a um emocionante xadrez político no último episódio do Volume 1.

Os episódios do Volume 1 trazem uma tensão até então não vista na série da Netflix, e promete abalar com seus episódios finais se seguirem essa mesma linha de direção e roteiro.

Figurino e maquiagem

O figurino sofreu uma queda de qualidade enorme na 3ª temporada de The Witcher. Caimentos desajeitados, cortes pouco lisonjeiros e perucas mal alinhadas foram regra, principalmente no figurino de Yennefer.

yennefer e sabrina na 3 temporada de the witcher
Reprodução/Netflix

Entretanto, a maquiagem é um ponto positivo dessa temporada. A cicatriz do personagem Rience continua excelente, por exemplo, e os tons de maquiagem mais leve realçam o rosto de Anya Chalotra como Yennefer lindamente.

Direção Geral

A 3ª temporada de The Witcher volta a aproveitar belíssimos cenários naturais, com shots flutuantes e que permitem admirar as praias, florestas e penhascos.  Com certeza esse volume traz a fotografia mais bonita desde o lançamento da série na Netflix.

philippa eilhart na 3 temporada de the witcher
Reprodução/Netflix

E é importante ressaltar que isso não se resume apenas às gravações externas. O episódio mais marcante do volume 1, e ouso dizer de toda a série, é um “Episódio de Garrafa” – ou seja, um episódio que se passa apenas em uma locação interna. A premissa é sempre muito arriscada, principalmente na ambientação fantástica, mas a direção conseguiu transformar um baile de 1 hora em um evento icônico da televisão.

A Coreografia e os Efeitos Especiais

Os efeitos especiais seguem inconsistentes, tal como nas temporadas anteriores. No episódio 1, temos o Shaelmar feito de forma muito convincente, enquanto o monstro do episódio 2 parece ter saído de uma produção de pouco orçamento dos anos 90.   

Por outro lado, as coreografias de luta (e dança!) são o destaque nessa temporada, com grandes embates de ação envolvendo até mesmo Ciri e Yennefer. Wolfgang Stegemann, que foi coreógrafo da cena de Blaviken e das lutas da 2ª temporada, veio para ficar e assumir as melhores lutas da série. 

The Witcher 3ª temporada
Reprodução/Netflix

Trilha Sonora

Joseph Trapanese volta como compositor da temporada, mas desta vez o necessário auxílio da banda Percival, conhecida por sua participar no jogo The Witcher 3: Wild Hunt.

Como vimos na música “Ride of The Witcher”, a influência da banda foi primordial para que Trapanese conseguisse acertar o tom deixado como referência por Giona Ostinelli e Sonya Belosouva na 1ª temporada.

Inclusive, músicas icônicas da trilha composta pela dupla voltam com destaque em momentos marcantes da 3ª temporada, trazendo um sentimento de nostalgia e coesão sonora. De fato, uma correção necessária após a trilha genérica de Trapanese na temporada 2.

Roteiro

Nessa primeira parte vamos falar da história da série como um produto isolado, que segue similar à 2ª temporada. Personagens com arcos claros, os diálogos mais naturais, os conflitos mais conectados uns aos outros – informações que são apresentadas nos primeiros episódios da temporada se carregam até o quinto.

Porém, o mesmo problema de teletransporte narrativo continua. Os personagens se movimentam pelo Continente como se tudo fosse muito próximo, alguns personagens mudam de postura conforme a conveniência do roteiro e o núcleo élfico-Nilfgaardiano continua arrastado.

De forma geral, a qualidade segue a mesma, com a única correção importante sendo na conexão entre os personagens. Desta vez, a regra “mostre, não fale” foi primordial na exploração dos laços, sejam entre família, romance ou inimigos.

E em relação aos Livros?

Quando se fala de adaptação, a promessa de que a 3ª temporada de The Witcher seria mais fiel aos livros foi cumprida. Porém, isso não quer dizer que é uma cópia carbono de “Tempo do Desprezo”, já que as tramas deixadas pelas temporadas anteriores não permitiriam isso.

As maiores preocupações dos fãs era o laço quebrado entre os protagonistas, que é corrigido de forma natural e orgânica, inclusive puxando momentos e referências dos livros. Pela primeira vez desde a primeira temporada, temos momentos que são cópias palavra por palavra da obra de Sapkowski.

cir comendo em gors velen
Reprodução/Netflix

Claro, personagens como Fringilla, Francesca e similares estão longe de se aproximarem a suas versões literárias, e não esperamos que esses núcleos voltem a se alinhar aos livros. Porém, a progressão natural da história até momentos marcantes de “Tempo do Desprezo”, apesar da mudança de papéis de certos personagens, é um deleite de ver desenrolar.

Considerações até o momento da 3ª temporada de The Witcher

Ainda existem algumas cenas nas quais você irá respirar fundo e apenas seguir o fluxo. Os problemas herdados pelas temporadas anteriores permanecem, e apesar da insatisfação dos fãs, seria incoerente simplesmente ignorar tramas previamente estabelecidas. 

Para quem estava receoso de retornar ao Continente, a 3ª temporada é recheada de momentos que tornam a experiência valiosa para fãs novos e antigos. Inclusive, aqueles que talvez não terminaram a 2ª temporada possam voltar a apreciar a série, já que o final com a Voleth Meir tem pouquíssima relevância na trama.

Com direção de Stephen Surjik, Gandja Monteiro, Loni Peristere e Bola Ogun, o Volume 1 da 3ª temporada de The Witcher inclui os episódios 1 ao 5 e estará disponível mundialmente no dia 29 de junho, enquanto o Volume 2, que contará com os episódios 6-8, estreia em 27 de julho.

Para mais curiosidades e informações sobre a terceira temporada de The Witcher, fiquem ligados no site d’O Megascópio e também na playlist de The Witcher no YouTube onde temos reviews de episódio por episódio comentando sobre a diferença entre os livros, jogos e série.

REVER GERAL
Direção
Roteiro
Trilha Sonora
Edição e Mixagem de som
Figurino e maquiagem
Fotografia
Elenco
Julia Barcelos
Professora de inglês, bacharel de engenharia e stan da Yennefer em tempo integral.
the-witcher-3a-temporada-critica-sem-spoilers-do-volume-13ª temporada de The Witcher: Crítica sem spoilers - A convite da Netflix, nós já pudemos conferir os cinco primeiros episódios da segunda temporada de The Witcher com antecedência. Nesse texto não serão passados spoilers da trama, porém analisaremos tópicos importantes que fazem parte da composição...