Resident Evil 4 Remake | Crítica – A revitalização de um dos maiores clássicos do GameCube chega como uma carta de amor para todos os fãs que esperaram pacientemente para viver esse sonho – ou devo dizer que é um pesadelo? – em formato de jogo.

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A Capcom sabia do grande problema que ela tinha em mãos, atender às expectativas de milhares de fãs ao redor do mundo. Quando o assunto é trazer de volta um grande clássico, todos os olhos ficam voltados para você, até mesmo, os olhos de quem não é um fã de longa data da franquia, caso esse onde me encaixo.

Aprendendo a gostar de Resident Evil desde o seu sétimo título, apreciar o remake de um grande clássico do GameCube só acabou fazendo com que eu gostasse ainda mais do momento atual da franquia, afinal, Resident Evil 4 Remake é a harmonização de tudo que deu certo, nos novos títulos da série até então.

Resident Evil 4 Remake | Crítica
Reprodução/Capcom

Uma visita íntima ao grande clássico

Em Resident Evil 4 acompanhamos o agente do governo dos Estados Unidos, Leon S. Kennedy, que se encontra em uma missão para resgatar Ashley Graham, filha do presidente americano, que foi raptada por uma organização desconhecida. Porém, mal sabia Leon que um novo pesadelo estava se iniciando.

Assim como em seus antecessores, em Resident Evil 4 Remake temos aquele gosto de estar visitando lugares que já conhecemos muito bem, entretanto, obviamente pelo escopo atual dos jogos, essa visita se torna muito mais íntima e complexa, trazendo até mesmo um ar de novidade em detalhes nos muitos cenários do game.

Nesse remake, os ambientes estão sim muito maiores e com uma vasta área para ser explorada, inclusive, até mesmo o maior dos fãs pode acabar se espantando com a quantidade de áreas novas que foram implementadas nessa nova visão do clássico.

Resident Evil 4 Remake Crítica
Reprodução/Capcom

Entretanto, por mais que os ambientes sejam sim muito vastos, toda essa festa acaba na hora do combate, visto a quantidade colossal de inimigos que temos para enfrentar nesse remake, e não, isso não é um defeito.

O combate mais insano e divertido da franquia

A enorme quantidade de inimigos presentes no jogo acaba tornando alguns cenários até mesmo pequenos se comparados ao original, entretanto, é essa sensação “claustrofóbica” que acaba ajudando muito no novo tom que a Capcom quis dar ao game, uma tensão esmagadora.

Resident Evil 4 sempre foi conhecido como um jogo de bastante ação, então o trabalho da Capcom nesse remake era com toda certeza aumentar ainda mais essa fama, porém agora, traduzindo o combate para os padrões de qualidade da atual geração.

Resident Evil 4 Remake | Crítica
Reprodução/Capcom

No combate, o uso da faca se torna extremamente importante com a nova mecânica de parry, que acaba deixando tudo ainda mais satisfatório na hora de combater as pragas. Além disso, um sistema bastante funcional de furtividade também se encontra presente.

Esse novo sistema acaba dando uma enorme vantagem nos combates, gerando a possibilidade de usarmos alguns combos de combate corpo a corpo, e finalizar com apenas um tiro, poupando assim a nossa munição.

Vale ressaltar que a escassez de munições, recursos e a durabilidade dos itens faz com que o jogador tenha que planejar calculadamente os seus passos para enfrentar os desafios.

A harmonia entre ação e terror

Uma das maiores qualidades desse remake é a harmonização de dois polos distintos, a ação acaba funcionando muito bem com toda a revitalização do combate, contudo, os elementos implantados ficam ainda melhores quando o jogo acaba deixando o jogador em situações de completo terror e suspense utilizando muito bem sua mixagem de som e explorando o potencial do DualSense.

Resident Evil 4 Remake | Crítica
Reprodução/Capcom

O design do game também não pode deixar de ser ressaltado. Com uma combinação que “toca o terror” mesclando cenários escuros imersivos e com iluminação precária proposital, o jogador sente todo o terror no ar de uma forma mais palpável ao ver um Leon mais humanizado e real. 

Mudanças e Novidades

Algumas mudanças pontuais foram realizadas, incluindo adições importantes que não estão presentes no jogo original e alguns cortes de cenas, porém pode-se cravar que a essência de seu jogo base foi fielmente respeitada em todos os momentos.

Porém, nenhum desses fatores se torna um ponto negativo, visto que o tom do jogo agora foi completamente acertado e as mudanças em chefes clássicos do game foram muito bem-vindas.

Reprodução/Capcom

Localização, humor e atuação

Seguindo os padrões de Resident Evil Village, mais uma vez temos um game da série completamente localizado para o Brasil, incluindo a dublagem. Toda a localização do jogo foi feita com todo cuidado, adaptando até mesmo algumas piadas clássicas do título original.

Falando em piadas, os frequentes gracejos de Leon seguem presentes, porém agora, o jogo não foge tanto do “tom” igual no original, onde alguns momentos o game parecia mais uma paródia – a famosa farofa. Inclusive, todo o elenco tem uma ótima atuação, seja na localização brasileira ou em seu idioma original.

Acessibilidade

Resident Evil 4 Remake | Crítica
Reprodução/Capcom

Algumas opções importantes de acessibilidade estão presentes no jogo, como predefinições visuais, auditivas e auxílio para aqueles que tiverem problemas com as movimentações de câmera do jogo. Além disso, em localização, o jogo possui legendas e dublagem em diversos idiomas, fator esse que já torna o jogo bastante acessível para muita gente.

Já sobre a dificuldade do game, ele infelizmente não possui nenhum modo mais dedicado para PcD (Pessoa com Deficiência), entretanto, um modo mais facilitado com algumas assistências está presente no jogo, uma opção básica que de fato não pode ser classificada como “modo acessibilidade”, porém é bem-vinda.

Resident Evil 4 Remake Crítica
Reprodução/Capcom

Toca o terror mesmo?

Resident Evil 4 Remake é uma ótima revitalização do grande clássico do GameCube. O game conta com inúmeras novidades que vão agradar todo o tipo de fã e jogador. Em jogabilidade, a ação se mescla com o terror e nos fornece uma ótima harmonia de tudo que existe de melhor nos jogos atuais da franquia.

Sobre bugs e visuais em geral, não existe nada muito chamativo que acabe estragando a experiência, contudo, alguns problemas de texturas existem na versão de PlayStation 4, fato esse que sinceramente já era esperado. Já na versão de PlayStation 5, o único problema aparente é a textura da forte chuva.

Resident Evil 4 é um ótimo acerto da Capcom, e com toda certeza, esse jogo veio para abraçar todos os fãs que tanto sonharam com este remake. Lembrando que o game estará disponível em 24 de março para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series X|S e Steam

*Chave para review cedida por: Capcom

REVER GERAL
Roteiro
Jogabilidade
Trilha sonora
Design
Direção
Luis Nascente
Apresentador do canal Lulu Checkpoint e do podcast Café com Nerdice, formado em marketing, fanboy da Square e nerdão dos animu!
resident-evil-4-remake-criticaResident Evil 4 Remake se consagra como o remake mais respeitoso e fiel entre todos já feitos no cenário de jogos atualmente. O game resgata e melhora quase tudo do título original, sendo assim, possivelmente se tornará um novo parâmetro quando o assunto for qualidade em um remake.