Death Trash é um jogo desenvolvido e distribuído pela Crafting Legends com elementos clássicos de RPG que mistura um gameplay de ação moderno e uma enorme liberdade de escolhas em um curioso mundo pós-apocalíptico com horrores cósmicos e punks com espingardas.

Com data de lançamento prevista para 2022, nós do Mega tivemos a oportunidade de testar o jogo em acesso antecipado e estamos aqui para contar um pouco mais dessa experiência que envolve muitos fluídos corporais desagradáveis, um enredo intrigante e combate responsivo.

Construção de mundo e liberdade

O enredo inicial do game é digno de um filme de ficção científica dos anos 80/90: há muito tempo, os humanos viajaram para o espaço e encontraram o planeta Nexus, um lugar com segredos ancestrais em pedra e carne. Hoje, esse mundo é governado por máquinas cujo objetivo era garantir a segurança dos humanos – para isso, elas decidiram que seria melhor mantê-los em abrigos subterrâneos.

O protagonista – que tem várias opções de customização, como atributos, aparência e inclusive de nome – faz parte de um grupo de párias infectados com uma doença misteriosa que são impedidos de viver com o resto dos humanos com a ameaça de serem mortos caso tentassem.

O mundo fora dos abrigos é hostil: ruínas de uma civilização antiga estão por toda parte e nelas espreitam criaturas que lembram muito os infectados de The Last of Us e pequenos seres feitos de carne – carne essa que está por toda parte e é consumida indiscriminadamente pelos humanos como forma de recuperação, mesmo que eles não entendam quais possam ser seus efeitos colaterais.

Essas informações são dadas ao longo da gameplay, na cutscene inicial e, principalmente, em conversas com NPCs espalhados pelo mundo. A liberdade de exploração é quase esmagadora, sendo possível ir para onde o jogador bem entender e agir da forma que quiser: é possível seguir a história a risca, se desviar e explorar outras partes, escolher matar apenas seus inimigos, não matar ninguém ou matar qualquer um que apareça em seu caminho, incluindo os humanos.

Death Trash
O mapa de Death Trash é grande mas, acima de tudo, oferece liberdade para explorar onde o jogador quiser.

Gráficos, gameplay e trilha sonora

Os gráficos do jogo são um charme a parte: a pixel art e as cores em tons de laranja conseguem transmitir com precisão a sensação de estranheza que o enredo quer passar. Os personagens também são cheios de personalidade e, mesmo com os poucos pixels disponíveis para cada um, não é possível não enxergar quem eles são só por sua aparência.

No quesito gameplay, Death Trash também se destaca: elementos clássicos de RPG como manejo de atributos, construção de armas e equipamentos e múltiplas opções de diálogo são misturados com elementos modernos como combate em tempo real com armas de curto e longo alcance, combate stealth e habilidades extras como especialidade em roubos, arrombamento de portas ou tecnologia.

As habilidades extras expandem ainda mais a liberdade do jogador, permitindo que ele trabalhe seu personagem como bem entender: você pode ser focado em combate a longa distância com especialidade em roubos e invasões, ou você pode ser focado em combate a curta distância e investir seus pontos em habilidade como empatia ou encantamento de criaturas – tudo fica, essencialmente, à sua escolha.

Outro ponto de destaque é o inventário: os itens são dos mais diversos – e algumas vezes esquisitos – e todos eles são organizados automaticamente em um inventário inteligente, conciso e de fácil acesso. Também é possível desfazer itens para adquirir matéria-prima para serem usadas em outras coisas como construção de armaduras e afins.

No que toca a trilha sonora, o jogo consegue ser bem minimalista e usa poucos sons para trabalhar a ambientação. Porém, esses poucos sons são o bastante para passar a sensação de viver em um mundo pós-apocalíptico rodeado de acontecimentos esquisitos e muita morte.

Death Trash
Um dos elementos mais importantes do combate é o modo stealth, que permite atacar inimigos sem ser visto e dar maior dano.

Veredito

Com uma construção interessante de enredo e elementos de gameplay bem executados, Death Trash tem tudo para ser uma das maiores surpresas de 2022. O jogo ainda está em early access, a princípio apenas para PC, mas já mostra estar muito bem polido e com suas mecânicas sólidas. O combate, em especial, é o elemento que mais chama a atenção pela mistura de elementos já consagrados de RPG com elementos modernos, o que torna o torna um título especial por si só.

O jogo tem claras inspirações em RPGs clássicos como os primeiros títulos da série Fallout, principalmente pela sua ambientação. Para aqueles que gostam de uma história imersiva e grande liberdade de escolhas com diferentes tipos de armas e estilos de combate, essa é uma escolha que garante bastante diversão e muitas horas de conteúdo. Vale ressaltar que o jogo não tem localização para português-brasileiro.

Death Trash terá sua versão completa disponível em 2022 para Playstation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC. A versão de acesso antecipado está disponível apenas para PC via Steam.

Key para PC: cedida pela Crafting Legends

Veja também:

REVER GERAL
Enredo
Direção
Trilha Sonora
Jogabilidade
Design
Matheus
Fã de Yu-Gi-Oh!, Drakengard/NieR e Tomb Raider. Nas horas vagas, analista de Relações Internacionais e professor de inglês.
o-curioso-mundo-de-death-trash-criticaDeath Trash é um RPG com elementos clássicos e modernos que possui um enredo intrigante, belos gráficos em pixel art e jogabilidade que permite grande liberdade para o jogador. O combate é muito responsivo e tem boa variedade de armas e de estilos, com diferentes tipos de inimigos e uma boa dificuldade.