É inegável que a franquia Dark Souls deixou de ser apenas jogos e se tonou um modelo de se contar histórias e estruturar uma jogabildiade desafiadora. Mortal Shell abraça a fórmula e coloca suas próprias características e mecânicas para se diferenciar em meio a tantos outros  jogos do gênero Souls Like.  O jogo foi desenvolvido pelo estúdio Cold Symmetry e publicado pela  Playstack, sendo lançado em 18 de agosto para as plataformas Xbox One, PlayStation 4 e PC (via Steam).

Assim como um bom jogo Souls Like, Mortal Shell não traz uma história que se entrega fácil para o jogador. A partir da descrição de itens. Monólitos e desbloqueio das armaduras, que é uma das principais mecânicas do jogo, são apresentados fragmentos que contam a história de um mundo em ruínas. Como é de se esperar podemos esperar por mapas complexos, muitos inimigos e chefes interessantes.

Um pouco mais sobre as Cascas

Inicialmente controlamos um personagem fraco que pode morrer com apenas um golpe. Mas como sobreviver em um mundo tão agressivo com tamanha fragilidade? Simples, o nosso personagem pode ocupar corpos vazios  de guerreiros  e fazer uso de suas habilidades e atributos. No total são quatro armaduras disponíveis, sendo cada uma delas únicas em relação a quantidade de resistência, energia, determinação e podendo serem vistas como classes. Os três recursos citados anteriormente são equivalentes a quantidade de vida, recurso para realizar ações e habilidades.

As armaduras e suas principais características são:

Harros, O Vassalo –  É a primeira armadura (ou Shell) que encontramos. Ela é a mais equilibrada em relação à quantidade dos aos recursos e uma das mais fáceis de serem utilizadas.

Tiel, O Acólito – Apresenta muita energia e pouca vida. Assim, possibilita uma quantidade alta de ataques em sequencia, porém um ou dois ataques já é suficiente para zerar a resistência. Entre seus diferenciais está a invulnerabilidade quando a esquiva é utilizada.

Solomon, O Erudito– Sem dúvida está entra as mais eficientes! Apresenta uma resistência maior do que Harros e Tiel, porém sua energia  é menor quase a metade de Tiel. Sua vantagem está na determinação, pois sua barras enchem mais facilmente, o que possibilita um uso mais frequente das habilidades especiais das armas. Após adquiri-la, foi uma das que mais usei durante a gameplay.

Eredrín, O Venerável – É basicamente o oposto de Tiel ao apresentar muita resistência e uma barra de energia que se esvazia com poucos ataques. Sua movimentação é mais pesada, porém aguentar bons danos é um de seus atrativos.

Uma mecânica comum que é encontrada em todas as armaduras, até mesmo no personagem nu, é a de solidificação. Ao utiliza-la, seu personagem se transforma em pedra e evita todo o dano de qualquer ataque. Após a ativação é necessário esperar um curto espaço de tempo para solidificar novamente, porém o tempo é consideravelmente curto para a sua utilização ser constante.

Juntamente com a solidificação, a esquiva e o parry são as formas de se defender e evitar investidas dos oponentes. O  parry não é gratuito, pois para realiza-lo é preciso carregar a determinação e utilizar um selo adquirido após a conversa com um NPC. Inicialmente, a ausência do escudo é estranha, porém com o avançar do jogo e assimilação das mecânicas ele se mostra dispensável e apresenta diferentes estratégias para o combate com os recursos que temos disponíveis.

Armas  e Build

O jogo não apresenta uma variedade grande de armas. Assim como as armaduras, Mortal Shell apresenta quatro armas principais, sendo cada uma delas obtidas com a derrota de chefes que se encontram na transição do mapa principal. Elas são: uma espada convencional (que é a arma inicial),   uma espada maior, um cajado e um conjunto de martelo com estaca. Cada uma delas consome uma quantidade energia para ser utilizada, sendo o martelo o que menos e o cajado o que mais consome. Além disso, cada uma delas apresenta um ataque forte e fraco característico como movimentos, diferentes combinações e um ataque especial  único.

Descrito o personagem e as armas podemos definir o sistema de build do jogo. Sem apresentar níveis, a jogabilidade vai depender diretamente da armadura que você está vestindo em combinação com a arma escolhida. Claro que melhorias podem ser feitas, porém não da forma convencional, pois os recursos de melhoria (Tar e Vislumbre) servem somente para a adição de características. Ao melhorar a armadura descobrimos mais da história daquela casca.

Exploração

Quando iniciamos o jogo nos encontramos em um pântano. Este é o primeiro mapa do jogo e pode ser considerado o principal por funcionar como um hub para encontrar as armaduras e armas e seguir para as demais partes. Ele é extenso e bastante confuso ao apresentar muitos elementos iguais. Os demais mapas são variados dentro de suas temáticas, sendo de temáticas glaciais, ruínas de um castelo, um ambiente aparentemente metálico. De forma geral, todos os mapas são eficientes e apresentam diferentes graus de complexidade.

A transição entre eles é bem feita, porém o mapa principal pode deixar o jogador muito desorientado devido à semelhança nos elementos usados na sua composição, como acampamentos e a geografia. Por outro lado, Uma característica muito interessante é localizar as batalhas pelas armas justamente na transição, sendo as áreas mais próximas a elas mais diferenciáveis pelas características adicionadas pouco a pouco até a mudança completa de ambiente.

É hora da batalha

Os inimigos apresentam um bom design e conseguem apresentar uma aparência assustadora para temer a batalha que está por vir. Ao navegar pelos mapas, novos inimigos são adicionados, inclusive muitos sendo contextualizado e exclusivo de cada localidade. Assim como os inimigos padrões, os chefes e subchefes são interessantes  e chamam bastante a atenção. Quando um chefe é derrotado as áreas são tomadas por uma névoa que altera a posição e quais inimigos você irá encontrar no caminho de volta.

Tal alteração é relevante, pois não podemos fazer viagens rápidas como nos jogos da franquia Souls. Desta forma, caso não tenhamos um item em específico, será necessário refazer todo o trajeto de volta. Ao mesmo tempo em que é desafiador, o trajeto de volta Poe ser cansativo e ser um momento em que o jogador apenas irá correr e desviar.

De forma geral as batalhas são desafiadoras, porém após poucos upgrades o desafio maior passa a ser se localizar e encontrar o próximo chefe. Isso ocorre porque os chefes não acompanham o desenvolvimento das habilidades e bônus do personagem, assim, seus padrões de ataques são poucos e bastante previsíveis.

Veredito

Mortal Shell não traz nada de muito inovador e se agarra bastante a fórmula souls like. Seu visual é estilizado, mas não arrisca no quesito temático. Os mapas são interessantes e a jogabilidade é fluida e gostosa, sendo a mecânica se solidificar muito criativa e funcional. Seu sistema de build é raso, porém é interessante e prático ao abraçar as características de conjuntos completos de equipamentos.  Mesmo com alguns problemas é um excelente jogo e que deixa um gosto de  “quero mais” pelos seus pontos positivos.

NOTA: 4,5/5