Final Fantasy VII Remake INTERmission | Crítica – Depois de pouco mais de um ano do lançamento de Final Fantasy VII Remake, a expansão INTERmission, disponível para PlayStation 5 de forma isolada ou na versão Final Fantasy VII Remake Intergrade, chega e traz de novo aquele gostoso sentimento de voltar para esse lugar. Visitá-lo novamente na pele de Yuffie não só enriqueceu o jogo base, como trouxe aquele quentinho no coração para o que está por vir na sequência.

Muito mais que uma DLC

A aventura de Yuffie e Sonon se intercala perfeitamente com os acontecimentos do jogo base e, para minha surpresa, não parece um conteúdo que foi deixado de lado no lançamento do jogo em 2020.

Geralmente torço o nariz para esse tipo de DLC e dessa vez cheguei a brincar que preferia que os esforços estivessem voltados ao desenvolvimento da continuação, mas esse universo merece ser expandido e todos os personagens que fazem parte dele merecem seu tempo de tela.

“A Sinergia faz a força”

Partindo para o gameplay, um dos pontos mais fortes do jogo base e a primeira coisa que me chamou a atenção foi o combate. A Sinergia, termo usado para uma das mecânicas que pode ser usada entre Yuffie e Sonon durante o combate, melhora sensivelmente o que já era satisfatório.

Final Fantasy VII Remake INTERmission | Crítica
Reprodução: Square Enix

A escolha do nome foi ótima, já que a sinergia dos personagens não se limita ao combate. Em alguns momentos me peguei pensando: “colocando só o gameplay, lado a lado, eu acho que prefiro jogar com a Yuffie a jogar com o Cloud.” Cada combo que intercalava ataques à distância com corpo a corpo, eu pude sentir que o gameplay dela fluía melhor.

Os especiais, que no jogo base são uma ótima adição ao combate, cumprem bem o seu papel aqui. O destaque fica para a efetividade deles contra a grande maioria dos inimigos. Em termos estéticos – sim, eu avalio a beleza dos ataques hehe-, não se distanciam muito dos presentes no jogo base, mas ainda assim cumprem bem o seu papel. E por falar em beleza, a melhoria visual aqui foi muito interessante.

“Belo e Moral”

O jogo base ficou famoso por ser extremamente lindo visualmente, pelo menos “quando ele quer”, já que existem muitas ressalvas para momentos pontuais, mas a melhoria em iluminação, principalmente, lapida o que já era muito bonito. Em vários momentos eu me peguei pensando: “caramba, esse simples frame da Yuffie daria uma ótima foto”.

Outro ponto que me agradou demais foi a movimentação da Yuffie e, consequentemente, do Sonon. Utilizar de partes do cenário para uma movimentação mais vertical e rápida me fez sentir que cada pedacinho de mapa era mais aproveitado.

Além disso, sabemos que a série Final Fantasy é famosa por seus mini-games e eu fiquei muito feliz de terem adicionado Fort Condor aqui, ele retorna como um dos meus preferidos da série e me fez lembrar demais das horas e horas que passei jogando Tetra Master em Final Fantasy IX. Eu me lembro de pensar na época: “como pode um mini-game me deixar tão preso ao ponto de não prosseguir com a história do jogo?”.

Final Fantasy VII Remake INTERmission | Crítica
Reprodução: Square Enix

A Trama

Pelo pouco tempo de duração da DLC, não existe nenhuma enrolação no desenvolvimento da trama. O ritmo de todo o conteúdo é muito interessante e vou além, a sequência do jogo base pode aprender com isso.

Yuffie e Sonon se infiltram na Shinra em busca da matéria definitiva e são confrontados por Scarlet. Em meio aos desafios que ela apresenta para a dupla, existe uma boss battle com a armadura Crimson Mare, que para mim é a melhor da DLC.

O interessante é que, momentos antes da batalha, você passa pela armadura em um corredor e já pode imaginar que vai ter que encarar aquilo em algum momento. A luta, dependendo da dificuldade que você escolhe, exige que você utilize bastante as habilidades de Sonon e a sinergia com Yuffie para conseguir atordoar o inimigo.

*spoilers da trama*

Com a luta finalizada, as coisas ficam mais interessantes. A Deepground é mostrada com o envio de Nero, que tem um dos melhores designs de todos os personagens, contando até mesmo com o jogo base. E claro, ele é o último desafio da DLC. A luta é incrível e em alguns momentos me fez lembrar bastante da batalha com Sephiroth. -Esse jogo é um espetáculo visual quase toda hora, né?-

Ao finalmente “derrotarem” Nero, Yuffie e Sonon se preparam para fugir, mas Nero retorna e acerta Sonon com um golpe. O entendimento é que Sonon estaria morrendo, mas Nero o segura como se estivesse o levando para o Deepground –mais do que a própria morte, me assusta pensar no que podem fazer com ele em seus experimentos-.

Final Fantasy VII Remake INTERmission | Crítica
Reprodução: Square Enix

A DLC poderia ter sido finalizada ali, mas as cenas mais importantes ainda estavam por vir. Uma belíssima cena mostra nossa querida party do jogo base caminhando a pé por um cenário extremamente hostil e deserto. Barret chega a brincar sobre o ar mais puro e acaba se virando e vendo Midgar.

Por último, e mais intrigante, uma cena mostra Zack chegando até a igreja ensaiando o que falaria para Aerith, mostrando que pode ter ficado um tempo fora por conta de uma missão, mas ao entrar na igreja, que ainda não estava destruída, encontra pessoas que claramente estão utilizando o local como abrigo. Por enquanto, não ouso tentar explicar em qual exato momento essa cena se passa. O jogo usa de artimanhas para te fazer acreditar que determinadas cenas são ligadas, mas acredito que existe algo a mais ali.

*fim dos spoilers da trama*

Veredito

A DLC INTERmission é finalizada e deixa a ansiedade de poder entender tudo que está por vir nos próximos episódios dessa história. Muitas dúvidas ficam no ar, mas a certeza de que aquele universo é um dos mais incríveis da franquia é o maior sentimento que ficou dessa minha experiência.

Review: Murilo Valim

Revisão geral: Thaís Spierr

Key cedida por: Square Enix