Lançada em 23 de fevereiro pela Square Enix, a versão Pixel Remaster de Final Fantasy VI trouxe uma nova vida para um dos melhores RPG já criados.

O game data de 1994 e foi desenvolvido originalmente para o Super Nintendo. Foi o primeiro jogo da franquia Final Fantasy a não ser dirigido por Hironubo Sakaguchi, contando com Yoshinori Kitase e Hiroyuki Ito como diretores, Yoshitaka Amano como designer de personagens e Nobuo Uematsu como compositor.

Conhecido também como Final Fantasy III no ocidente (devido a problemas de publicação dos jogos iniciais da franquia fora do Japão), o game se passa em um mundo de fantasia que possui tecnologia equivalente da Segunda Revolução Industrial, com seu enredo focando em um grupo de rebeldes que lutam contra uma ditadura imperial.

A convite da Square Enix, pudemos conferir na íntegra a versão Pixel Remaster do jogo, que conta com novos sprites em 16-bit, novas versões da trilha sonora e modernização da jogabilidade.

O melhor Final Fantasy 2D

Diferente de seus antecessores, Final Fantasy VI constrói seu mundo baseado em influências steampunk. A estrutura da sociedade remete ao século 19, com a ópera e as artes servindo como principais fontes de entretenimento para os habitantes do jogo; enquanto o nível de tecnologia é comparável com a Segunda Revolução Industrial.

O mundo do jogo é, em sua maioria, subjulgada pelo terrível Império Gestahl: é nesse contexto que a narrativa do jogo florece, com conversas de calibre mais maduro e que retrata temas como ditadura militar, perseguição a uma raça, uso de armas químicas em conflitos, confrontos de extrema violência e proporções apocalípticas, gravidez na adolescência, e discussões sobre esperança e o próprio sentido da vida.

O título tem o elenco jogável composto por catorze personagens, o maior número dentro os jogos principais da série. Esse espaço para tantos personagens abre uma brecha para que cada um seja explorado de uma forma específica: todos tem suas motivações que vão além do próprio plot do jogo, levando em conta suas próprias histórias e personalidades e fazendo com que os jogadores se apaixonem por cada um deles.

Esses elementos, aliados com seus gráficos e trilha sonora de altíssima qualidade, fizeram com que Final Fantasy VI fosse aclamado tanto pelo público quanto pela crítica especializada, se tornando referência para o gênero de RPG e um dos melhores jogos de todos os tempos – dito isso, a pergunta que devemos fazer é: a versão Pixel Remaster do jogo honrou seu grande legado?

Final Fantasy VI - Pixel Remaster
O enredo de Final Fantasy VI é sua maior força.

A versão Pixel Remaster

O novo remaster do jogo trouxe algumas melhoras, principalmente audiovisuais, para o título: os gráficos 2D, incluindo os designs dos personagens criados por Kazuko Shibuya, foram totalmente atualizados. Em comparativo com versões antigas, o jogo agora está muito mais vívido e seus cenários tem mais detalhes, o que ajuda muito com a imersão.

A trilha sonora foi retrabalhada e ganhou novos arranjos, com supervisão do próprio Nobuo Uematsu, continuando tão icônica quanto a versão original. A aclamada cena da ópera também foi repaginada e agora conta com vocais na música, que complementam as novas animações de forma magistral, aumentando ainda mais o fator emoção.

Já em termos de jogabilidade, as mudanças passaram mais pela interface do que em qualquer outro elemento do combate: a interface está mais limpa, facilitando a identificação dos comandos que os jogadores tem que escolher; porém, as fontes utilizadas a tornam um tanto genérica, mas não é nada que incomode tanto. Agora também é possível ativar o modo de batalha automática, que ajuda a tirar um pouco da sensação maçante que os encontros aleatórios com inimigos no mapa podem provocar.

Todas essas mudanças ajudam na qualidade de vida do jogo, permitindo que os jogadores consigam apreciar mais a história do título, seu ponto principal. A opção de batalha automática, particularmente, facilita o farm dos personagens e permitem que o jogador se torne muito poderoso e tenha menos dificuldade com os inimigos no geral.

Outros extras complementares estão disponíveis, como o bestiário, galeria de ilustrações e reprodutor de música. Porém, a versão Pixel Remaster se atém ao conteúdo lançado no jogo original, e não traz nenhum outro recurso ou conteúdo extra de versões anteriores como do Game Boy ou do Playstation 1.

Final Fantasy VI - Pixel Remaster
A famosa cena da ópera foi repaginada e agora conta até com vocais.

Veredito

Mesmo após 28 anos de seu lançamento, Final Fantasy VI continua sendo uma experiência de um nível de qualidade acima dos demais. Seus personagens e sua história são alguns dos melhores exemplos que já existiram na história dos jogos, e sua abordagem de temas mais profundos ajudam o jogo a se manter relevante mesmo tanto tempo depois de sua estreia.

O jogo conta com alguns bugs, principalmente visuais, mas não é nada que seja grave e atrapalhe a imersão no jogo. A interface de batalha pode ser um pouco estranha, especialmente na questão da fonte das palavras, mas é possível alterar a fonte usada no jogo nas opções, então também é um problema facilmente contornável.

Apesar do fator nostalgia ser um elemento considerável do motivo de sua aclamação até os dias de hoje, sua qualidade não sofre nenhum demérito por isso, e a nova versão do jogo o torna mais acessível para que novo fãs da série Final Fantasy o conheçam e para que antigos admiradores vivam novamente sua experiência com o título.

Final Fantasy VI – Pixel Remaster já está disponível para PC via Steam e dispositivos Android e iOS.

Key cedida por: Square Enix.

REVER GERAL
Enredo
Direção
Trilha Sonora
Jogabilidade
Design
Matheus
Fã de Yu-Gi-Oh!, Drakengard/NieR e Tomb Raider. Nas horas vagas, analista de Relações Internacionais e professor de inglês.
final-fantasy-vi-pixel-remaster-criticaMesmo após 28 anos de seu lançamento, Final Fantasy VI continua sendo uma experiência de um nível de qualidade acima dos demais. Seus personagens e sua história são alguns dos melhores exemplos que já existiram na história dos jogos, e sua abordagem de temas mais profundos ajudam o jogo a se manter relevante mesmo tanto tempo depois de sua estreia.