Talvez o título não tenha deixado claro, mas esta review de Famicom Detective Club não se refere a um único jogo, mas na verdade a um par de jogos recém-lançados para o Nintendo Switch: Famicom Detective Club: The Missing Heir & Famicom Detective Club: The Girl Who Stands Behind.

Ambos os jogos são remakes de jogos que apareceram a primeira vez no Famicom (versão japonesa do NES), mas exatamente como jogos exclusivos do periférico Famicom Disk System que permitia ao antigo console da Nintendo a ler disquetes (caso você seja jovem e não saiba o que é um disquete é só clicar aqui).

Comparativo entre as duas versões de Famicom Detective Club: The Missing Heir
Comparativo entre as duas versões de Famicom Detective Club: The Missing Heir.

Tanto em Missing Heir quanto em The Girl Who Stands Behind você é colocado no papel de um personagem que trabalha na Utsugi Detective Agency como assistente do detetive que dá nome a agência e tem que investigar o mistério específico de cada jogo.

Para os órfãos dos Point-and-Click

Nos dois jogos a mecânica é a mesma: Você tem um mistério para resolver e deve interrogar pessoas e vasculhar locais em busca de pistas que te levem para mais próximo da resposta que você procura.

Tela de Investigação de Famicom Detective Club: The Girl Who Stands Behind
Você pode conversar com testemunhas, investigar locais e discutir hipóteses com outros investigadores em Famicom Detective Club.

Normalmente você é posto em uma cena específica e só é permitido sair daquela cena para a próxima depois de encontrar a resposta que te leve a novas pistas em outro local.

Em cada cena é permitido conversar com os personagens presentes para que eles te esclareçam algo além de ser possível vasculhar os objetos do cenário atrás de pistas por meio do cursor de lupa que aparece na tela.

A ordem dos jogos importa?

Sendo direto? Não. Você vai aproveitar bem a trama de ambos os jogos em qualquer ordem em que você jogá-los. Tanto que apesar de cronologicamente a trama de The Girl Who Stands Behind ocorrer anos antes, (visto que nela você é um assistente recém contratado e a Ayumi é só uma estudante amiga da vítima, enquanto e no outro jogo vocês dois já trabalham pro Detetive Utsugi há um tempo) Missing Heir foi sido lançado em 1988, um ano antes de sua prequel.

A história de ambos os jogos é independente e ambos podem ser comprados separadamente inclusive. No jogo Famicom Detective Club: The Missing Heir, você é encontrado desacordado por um homem chamado Amachi na beira de um penhasco.

Sofrendo de amnésia por conta do trauma você descobre que é um detetive que está investigando a misteriosa morte da matriarca da família Ayashiro. Sendo obrigado a solucionar um possível crime enquanto tenta recobrar as suas memórias.

Conversando com testemunha em Famicom Detective Club.
O mordomo da família Ayashiro é quem te contrata pra investigar o mistério de Famicom Detective Club: The Missing Heir.

Já no jogo Famicom Detective Club: The Girl Who Stands Behind, uma estudante é encontrada morta na beira de um rio com sinais de estrangulamento, e cabe a você solucionar o caso. Sendo que a vítima, Yoko, também estava investigando um rumor antigo sobre uma garota coberta em sangue que assombrava sua escola e temos que descobrir qual é a relação da história com o crime ocorrido.

Um “novo velho” respiro para os fãs do gênero

É muito interessante ver a Nintendo tomando duas decisões incomuns para uma empresa deste porte: ressuscitar uma franquia esquecida pela maior parte do público fora do Japão e apostar no remake de jogos de um gênero tão nichado.

As histórias te prendem, em especial no caso de Missing Heir e o remake foi muito bem feito, com direito a dublagem (em japonês com legendas em inglês) e personagens com animações simples, mas muito bonitas.

Para os poucos fãs da franquia que se escondem no ocidente provavelmente foi de marejar os olhos ver isso acontecer. E pra quem quiser, como eu, dar uma primeira chance é uma ótima oportunidade. Ah! E se você for muito fã do gênero point-and-click dê uma olhada na nossa review de Bad Dream: Coma.

REVER GERAL
Trilha Sonora
Visual
Enredo
Jogabilidade
famicom-detective-club-criticaA nova arte e o enredo me agradaram bastante. A trilha e a jogabilidade não tem nada de especial, mas não comprometem. Só é triste que muita gente não vai poder aproveitar esta história por não estar disponível em português.