Em maio de 2025 foi lançado The Precinct, desenvolvido pelo estúdio Fallen Tree Games e publicado pela Kwalee, para as plataformas Xbox Series X|S, PlayStation 5 e PC, também disponível para o serviço da GForce Now. Com um visual que se inspira nos primeiros jogos da franquia GTA, o game traz a perspectiva top-down de forma polida – o que se destaca como um diferencial – e apresenta uma história típica dos filmes policiais dos anos 90, que é justamente a época em que o jogo se passa.
Que tal conferir mais detalhes do game?
Em busca de respostas
Se passando em 1983, na cidade de Averno, The Precinct coloca o jogador na pele de Nick Cordell, um recém chegado no departamento de polícia da cidade. Entretanto, por mais que Nick seja o novo recruta, ele já é conhecido pelo seu passado familiar, no qual seu pai era o ex-chefe de polícia que foi assassinado em uma situação muito estranha. Assim, além de combater as gangues que dominam a cidade, também iremos buscar mais respostas sobre o assassinato e descobrir as reais motivações para os acontecimentos que tanto afetaram a vida do nosso protagonista.

Em busca de resposta iremos atrás de pistas que serão encontradas em rondas policiais. Prender contraventores e criminosos irão gerar mais informações até o ponto em que eventos mais focados na narrativa são desbloqueados e a história ganha mais corpo. Porém, por mais que as rondas sejam divertidas, variadas e tenhamos até uma narrativa secundário envolvendo um serial killer que cria um clima pesado na narrativa, a história principal em si parece ser contada de forma corrida, pois coloca a sequência principal de eventos se desencadeando de forma abrupta na reta final jogo.
Terminando o jogo com cerca de 14 horas, fica a impressão de que distribuir as pistas da história principal em outros momentos criaria uma narrativa mais envolvente. Mesmo com essa pressa nos momentos finais, o jogo trabalha bem o arco do protagonista e apresenta personagens secundários que combinam com a proposta do jogo ao fazer você acreditar que está realmente vendo personagens de um filme policial da década de 90. Ou seja, temos aqueles estereótipos do policial mais bonachão, rabugento e até mesmo do que levanta suspeitas, porém reforçando o tom mostrado em obras como Máquina Mortífera.
Gameplay
Sua gameplay se estrutura em rondas, sendo elas seccionadas em partes da cidade. Por exemplo, entre as rodas temos as iremos a pé para aplicar multas de trânsito, verificar parquímetros e outras infrações; também podemos realizar outras de carro para realizar perseguições e até mesmo utilizar helicóptero para ir atrás dos criminosos, neste caso, ativando viaturas e suportes para a perseguição em terra. Mesmo definindo a atividade do dia não estamos limitado somente a elas, pois durante uma ronda a pé pode surgir uma perseguição de carro e podemos aceitar ou não.

Dentro das abordagens aos carros e perseguições a pé (se estendo a pedestres), podemos realizar uma série de abordagens. Entre elas verificar documentos, realizar revistas e caso alguma contravenção/crime seja identificado, fichar o npv para ser preso; podendo escoltá-lo até a delegacia ou chamar uma viatura para levá-lo e não interromper suas atividades.
A dinâmica de rondas funciona bem e é divertida, normalmente sendo bastante distintas e variadas. Com o avançar do jogo liberamos novas rodas e a possibilidade de configurá-las. Como resultado obtemos provas para caçar os líderes das gangues e ganhamos experiência por crime resolvido e pontos que permitem melhorias na direção, maior quantidade (e variedade) de suporte nas perseguições, entre outros benefícios que tornam nosso protagonista mais eficiente. É importante destacar que atividades ilegais são punidas com perda de experiência ou de missão, o que nos impede de matar civis ou usar uma força desmedida na resolução das situações. Dito isso, mesmo podendo ficar um pouco repetitiva no decorrer da campanha, as atividades são bem estruturadas para estimular o jogador a seguir até o final da campanha.

Viagem no tempo
Em relação ao visual e design de The Precinct, ele combina com a época proposta ao trazer carros, armas e vestimentas condizentes. O mapa também é interessante, podendo parecer pequeno em uma primeira olhada, mas com seu bom uso nas atividades, se mostra com um tamanho bom e bem utilizado.
Ainda sobre o mapa, é interessante destacar como todos os seus elementos podem ser utilizados de forma efetiva. Isso é visto principalmente nas perseguições de carro, em que os elementos dos cenários podem ser usados para afetar o trajeto e até mesmo a água pode ajudar na captura, pois podemos forçar o alvo a sair do carro.
A opção pela câmera top-down foi uma escolha certeira do estúdio e com boas referências aos primeiros games da franquia Grand Theft Auto (GTA). Ela não só traz um charme ao jogo, mas também é usada de forma eficiente a ponto de se adaptar bem nos diferentes cenários, mesmo naqueles mais fechados e que poderiam ter problemas de visibilidade em alguns pontos.
Também é válido comentar que a parte sonora do jogo está bem feita, o que ajuda de forma efetiva a conseguir todas as acusações de diversos alvos que estamos perseguindo.
Veredito
The Precinct foi uma surpresa para esse primeiro semestre de 2025. Mesmo com sua narrativa corrida, o jogo é cativante e traz personagens marcantes, ainda mais quando falamos em uma ambientação que lembra estereótipos de filmes noventistas. Sua câmera top-down é funcional e a gameplay se encaixa com a proposta. Enfim, é uma indicação certa para aqueles que querem um jogo com um visual bonito e que traz elementos nostálgicos, mas com uma pitadas de novidades e uma estrutura que não é cansativa.
*Chave para análise enviada para Xbox Series pela Kwalee