Desenvolvido pela Atlus e publicado pela Sega, o jogo Persona 5 Tactica se coloca como um spin-off da franquia Persona, porém trazendo elementos táticos como um RPG de estratégia ao estilo Mario + Rabbids Sparks of Hope, algo não experimentado pela série anteriormente.

Com um visual diferenciado e mais cartunesco, Persona 5 Tactica entrega um frescor maior para a franquia, mesmo que ainda que trazendo uma jogabilidade em turnos, aliando novos integrantes com alguns personagens familiares de jogos anteriores.

Crítica: Persona 5 Tactica entrega frescor maior para a franquia, mas cansa na gameplay
Reprodução: Persona 5 Tactica

Por se tratar de um derivado mais contido de Persona 5, a escala do jogo é menor se comparado aos outros jogos da série, ainda que com duração aproximada entre 19 e 25 horas para o zeramento. O jogo está disponível para as plataformas Xbox Series X/S, Playstation 5, PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC.

Bom, mas será que o jogo conseguiu atingir as expectativas? De certa forma, o jogo entrega renovação e variedade para a franquia, principalmente no visual e trilha sonora. No entanto, mesmo gerando uma divertida gameplay, há alguns problemas que devem ser encarados para quem pretende passar horas jogando Persona 5 Tatica. Mas, antes de iniciarmos esse tópico, vamos ao enredo.

O enredo

Esse spin-off se passa em paralelo e um pouco antes dos eventos finais de Persona 5 Royal. No enredo, os Phantom Thieves ainda estão no fim do ano letivo, pensando no rumo futuro de suas vidas na Cafeteria Leblanc, e então percebem que um político local chamado Toshiro desapareceu.

Crítica: Persona 5 Tactica entrega frescor maior para a franquia, mas cansa na repetição da gameplay
Reprodução: Persona 5 Tactica

É nesse contexto que os heróis são transportados para um universo paralelo com reinos dominados por governantes tirânicos que submetem a população, alguns deles são capturados, quando então, surge Erina, a líder da resistência e nova personagem da franquia. Juntos, eles vão buscam libertar a população da opressão existente, inclusive com o Toshiro que ali está.

O jogo toca em temas políticos, mas sem proporcionar muita complexidade na máxima que se faz presente durante todo o jogo, que é a luta contra o autoritarismo. O foco de Persona 5 Tactica é ser um jogo derivado leve e divertido, muito embora alguns detalhes da trama possam possam trazer um background sério e até macabro, com alguns plot twists interessantes que movimentam o enredo.

Crítica: Persona 5 Tactica entrega frescor maior para a franquia, mas cansa na repetição da gameplay
Reprodução: Persona 5 Tactica

O mais interessante no enredo do jogo é que cada reino particularidades narrativas e visuais que ajudam a criar ambientações interessantes, como por exemplo, o primeiro reino se assemelha ao estilo francês-europeu, e a governante tirânica é Marie, que carrega uma certa dose de drama e exagero; enquanto que o segundo reino contém características orientais, governado por Yoshiki, que se coloca como um boss final mais metódico, quase um guru espiritual do mal. E assim, também são caracterizados os demais reinos e/ou regiões no jogo com especificidades próprias.

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Reprodução: Persona 5 Tactica

O jogo também apela para uma certa dose de diálogos que ajudam a compreender os novos integrantes, bem como funcionam as leis daquele universo, ou ainda, para ler os comentários divertidos entre os Phantom Thieves, garantido humor à história.

É possível passar por esses diálogos sem atenção, mas parte divertida do jogo pode ser perdida, mesmo que a sensação de que os eventos desse jogo não interferem no cânone de Persona 5 estejam presentes. Vale lembrar que infelizmente, o jogo não está localizado em português Brasileiro.

A Gameplay

Dividido em quatro grandes partes com respectivos chefes finais, e mais de cinquenta missões com diversas rodadas durante o jogo, Persona 5 Tactica tenta entregar dinamismo como um jogo tático de estratégia. A flexibilidade não é grande nesse tipo de jogo em que o posicionamento durante os turnos são importantes e a limitação do perímetro jogável, por isso, se faz necessário compreender como movimentar os personagens no espaço, quase como se fosse um tabuleiro animado em 3D.

Crítica: Persona 5 Tactica entrega frescor maior para a franquia, mas cansa na repetição da gameplay
Reprodução: Persona 5 Tactica

Na gameplay, o jogador precisa posicionar bem o leque de personagens, geralmente três por missão, sem que estes levem tantos danos críticos durante os turnos. Algumas recompensas são resgatadas caso o jogador consiga finalizar as partidas com menos números de turnos, algo que depende do tamanho e duração da fase.

Para proteger os personagens manipuláveis, o jogador precisará deixá-los próximos dos inimigos, de modo que possa causar dano aos oponentes, porém também é preciso deixá-los próximos de cubos de bloqueio parcial ou total espalhados no cenários, o que ajuda a evitar ataques ofensivos durante o turno dos adversários.

Crítica: Persona 5 Tactica entrega frescor maior para a franquia, mas cansa na repetição da gameplay
Reprodução: Persona 5 Tactica

O jogo também possibilita mecânicas que causam danos maiores além das armas, como a utilização de golpes especiais dos personas, o ataque físico que empurra os adversários, ou ainda, o posicionamentos dos personagens em formato de triângulo que causam eliminação completa de todos os inimigos dentro dessa figura geométrica. Os ataques críticos podem causar o “One More”, o que permite mais um turno.

Crítica: Persona 5 Tactica entrega frescor maior para a franquia, mas cansa na repetição da gameplay
Reprodução: Persona 5 Tactica

O jogador também poderá evoluir os poderes dos personas, garantindo combinações com subpersonas a medida em que conquista vitória nas missões. Essa função pode ser habilitada na opção inicial Velvet Room, onde é possível fazer fusão de 2 personas ou fusão entre especiais no jogo. Além disso, é possível equipar e melhorar o armamento dos Phantom Thieves, equipar pontos de habilidade, aumentar HP e diversos itens de melhoria.

Pontos Negativos 

No entanto, a progressão em que ocorrem os combates e enredo dentro dos reinos podem parecer um tanto quanto repetitivas, já que em todo começo das fases são criadas batalhas com exércitos menores, de modo parecido mesmo que em cenários diferentes, até surja algo com escopo maior, chegando no boss final. Isso em uma gameplay contínua pode cansar o espectador.

Crítica: Persona 5 Tactica entrega frescor maior para a franquia, mas cansa na repetição da gameplay
Reprodução: Persona 5 Tactica

E talvez, o ponto mais negativo do jogo seja a parte final do jogo que praticamente representa um mix de todas as fases anteriores, resgatando os mesmos vilões, fases e cenários, a fim de compor um plot emocional desnecessário, por mais que o desafio final tenha de fato uma dinâmica de tempo interessante para derrotar o último inimigo.

Crítica: Persona 5 Tactica entrega frescor maior para a franquia, mas cansa na repetição da gameplay
Reprodução: Persona 5 Tactica

Não acrescenta muito ao jogo, também, a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência, contendo apenas algumas configurações básicas de controle e níveis de dificuldade do jogo. Como Spin-off, o jogo também poderia trazer uma contextualização maior para quem não é habituado com a franquia.

Conclusão

Persona 5 Tactica é um jogo estratégico divertido, leve e carismático, por mais alguns pontos negativos no enredo e na repetição de combate entre as fases possam ofuscar um pouco da experiência com o jogo.

Crítica: Persona 5 Tactica entrega frescor maior para a franquia, mas cansa na repetição da gameplay
Reprodução: Persona 5 Tactica

O visual chibi entrega um novo frescor para a franquia, garantido novidade e um certo encanto com caracterizações que geram humor e beleza na medida certa para essa obra. A trilha sonora não faz feio aqui, como em todos os jogos da franquia Persona 5, ela é vibrante, energética, com interpretações interessantes.

Crítica: Persona 5 Tactica entrega frescor maior para a franquia, mas cansa na repetição da gameplay
Reprodução: Persona 5 Tactica

Recomendamos que joguem Persona 5 Tactica sem pressa, a fim de aproveitar cada um dos combates, cenários, e as divertidas caracterizações dos Phantom Thieves: Joker, Morgana, Ryuji, Ann, Yusuke, Makoto, Futaba e Haru. Embora tenha essa energia de Filler, o jogo tenta criar uma experiência singular na franquia, por isso que ainda é válido conhecê-lo.  

*Chave cedida pela SEGA e Atlus, sem a versão com DLC para PS5

Veja Também:

REVER GERAL
Jogabilidade
Direção
Trilha Sonora
Direção de Arte
Acessibilidade
critica-persona-5-tactica-acerta-no-visual-mas-cansa-na-gameplayPersona 5 Tactica é um jogo estratégico divertido, leve e carismático, por mais alguns pontos negativos no enredo e na repetição de combate entre as fases possam ofuscar um pouco da experiência com o jogo. O visual chibi entrega um novo frescor para a franquia, garantido novidade e um certo encanto com caracterizações que geram humor e beleza na medida certa para essa obra. A trilha sonora não faz feio aqui, como em todos os jogos da franquia Persona 5, ela é vibrante, energética, com interpretações interessantes.