Lançado inicialmente em 2023 para PC (via Steam), Mostroscopy chegou no início de 2025 para Xbox Series X|S e para PlayStation 5 em 07 de maio do mesmo ano. O título, desenvolvido pelo estúdio Oribe Ware Games e publicado pela Seashell Studio, tem uma proposta visual interessante de trazer personagens inspirados em monstros e outros em lutadores de luta livre dos anos 50, também propondo uma gameplay simplificada.

Escolhas estéticas e sonoras

Pensando na época em que o jogo se inspira, sem dúvida o título faz um bom trabalho quando pensamos em seus personagens e filtros que trazem elementos antigos para a tela. Isso porque, durante todo o game temos ranhuras sendo exibidas da mesma forma que filmes da década de 50 apresentavam, juntamente com uma cor mais lavada. Complementando a ambientação temos personagens com design bem feito e que despertam a curiosidade do jogador. Como é padrão, cada um deles tem seu próprio cenário e são bem variados com elementos que os caracteriza.

Ainda dentro da proposta, a trilha sonora é um importante elemento que ajuda a situar a temática e localização temporal dos personagens. Porém, por mais boa e variada que ela seja, as músicas são bastante desbalanceadas em seu volume e faz com que ela sobreponha o impacto dos golpes ou demais partes sonoras dos personagens. Mesmo regulando nas opções, o desbalanceamento é nítido e chega a incomodar um pouco essa diferença de sonoridades que envolvem o projeto como um todo.

Mostroscopy - 2
Reprodução/SEASHELL STUDIO

Hora da luta

Como o próprio jogo descreve, suas mecânicas são inspiradas principalmente em Smash Bros e Street Fighter x Tekken. Quando pegamos suas referências podemos pensar em grandes possibilidades, mas na prática sua gameplay parece incompleta. Sua jogabilidade é funcional e não apresenta bugs, porém soa simplista demais e dá a impressão que há elementos não explorados em seus personagens. Pegando pela referência de Smash Bros, por exemplo, podemos dizer que os golpes são tão simples quanto as variações por personagem. Entretanto, a questão é que Smash Bros adiciona elementos que aumentam as possibilidades no pulo e interações espalhadas pelos cenários, o que aqui não ocorre.

personagens
Reprodução/SEASHELL STUDIO

Já quando comparamos com Street Fighter x Tekken, podemos ver a semelhança da câmera utilizada na gameplay, a forma de movimentação e possibilidades de combos. O que reforça o visual simplista e incompleto são as poucas combinações presentes, assim, podendo tornar o jogo repetitivo em um curto período de tempo. Mesmo com suas referências limitando sua mecânica, o jogo poderia apresentar um potencial grande casa postasse em elementos mais originais para suas lutas além de comandos econômicos que permitem fazer gestos e realizar ataques fortes e fracos.

Em relação a seus modos de jogo, Mostroscopy não possui multijogador online, mas apresenta o modo história, Jogador x CPU, multijogador local e CPU x CPU. Seu modo história é também o seu arcade, sendo cada personagem apresentado com sua própria narrativa aos moldes dos jogos de luta mais clássicos. Esse elemento traz uma introdução sintética para o lutador, o que é interessante por mais comum que seja. Vale comentar que seus troféus/conquistas são fáceis de serem obtidas, o que pode tornar o título um atrativo para os jogadores mais completacionistas.

Mostroscopy - 1
Reprodução/SEASHELL STUDIO

Veredito

Mostroscopy tem uma temática engraçada e curiosa, acertando em cheio no design de seus personagens, escolha estética e forma de mesclar seu modo arcade com a narrativa de cada um dos lutadores. Entretanto, mesmo com boas referências, deixa a desejar pela simplicidade de sua gameplay, que poderia ser mais ousada e explorar elementos que também tornasse sua jogabilidade única. Da forma posta, toda a simplicidade mostrada passa a impressão de incompletude. Sobre sua trilha sonora, ela é boa e criativa, porém desbalanceada com os demais elementos sonoros.

Mas vale a pena? De forma geral, sim. O jogo é criativo e pode entreter por um tempo limitado quando jogado sozinho, ganhando mais tempo quando pensamos no cenário de partidas jogadas localmente. Além disso, caçadores de troféus/conquistas podem se interessar em explorar Mostroscopy.

*Chave para análise enviada par PlayStation 5 pela publisher Seashell Studio

REVER GERAL
Gameplay
Design
Trilha sonora
Ambientação
Desempenho
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e Jornalista.
critica-mostroscopy-e-criativo-e-com-gameplay-simplista-demaisMostroscopy tem uma temática engraçada e curiosa, acertando em cheio no design de seus personagens, escolha estética e forma de mesclar seu modo arcade com a narrativa de cada um dos lutadores. Entretanto, mesmo com boas referências, deixa a desejar pela simplicidade de sua gameplay, que poderia ser mais ousada e explorar elementos que também tornasse sua jogabilidade única.