Galactic Glitch, projeto da desenvolvedora indie Crunchy Leaf Games, surge após uma década de desenvolvimento e um ano de refinamento em Acesso Antecipado como um destaque no gênero de roguelite twin-stick.

Lançado oficialmente hoje (03), este shooter espacial com física intensa combina combate frenético, profundidade estratégica e exploração procedural em uma experiência que homenageia suas inspirações — como Dead Cells, Enter the Gungeon e Nova Drift — enquanto constrói uma identidade própria.

Jogabilidade: a física como arma

No cerne de Galactic Glitch está a mecânica da arma gravitacional, que transforma objetos do ambiente em ferramentas táticas. O jogador pode interceptar mísseis inimigos em pleno voo e arremessá-los de volta, lançar asteroides contra alvos blindados ou desmontar inimigos com múltiplas partes para expor pontos fracos.

Esse sistema eleva o combate além dos confrontos tradicionais de bullet-hell, exigindo noção espacial e soluções criativas. O movimento aproveita o impulso, permitindo manobras de estilingue contra inimigos — uma dinâmica que se torna profundamente satisfatória quando dominada.

Os controles são impecáveis no PC e, embora o jogo pudesse explicar melhor suas mecânicas de física, sua integração adiciona uma camada estratégica única.

Galactic Glitch
Reprodução/Crunchy Leaf Games

Conteúdo, progressão e a evolução da versão 1.0

O lançamento oficial expande massivamente a base do Acesso Antecipado, introduzindo dois biomas cruciais: a Zona de Quarentena (repleta de insectoides e desafios intermediários) e o Cibervoid (arena pós-game com desafios mutáveis). Essas áreas abrigam mais de 20 novos inimigos com padrões de ataque únicos e oito chefes, incluindo confrontos finais épicos.

A progressão roguelite brilha graças a mais de 90 poderes aprimoráveis — de drones à indução de fogo amigo — e naves protótipo descobertas durante as partidas, que oferecem atributos exclusivos para tentativas futuras. A meta-progressão ocorre em uma estação espacial, onde moedas compram melhorias permanentes.

A diversidade de armas incentiva experimentação, mas parte das atualizações sofre com a aleatoriedade de recursos. Feedback da comunidade resultou em adições cruciais, como saves durante partidas, sistemas de armas reformulados e os Glitch Tokens para personalização de builds.

Galactic Glitch
Reprodução/Crunchy Leaf Games

Design audiovisual: glitches vibrantes, polimento em falta

Visualmente, Galactic Glitch adota uma estética psicodélica e colorida. Cada bioma tem paletas distintas — como nebulosas vermelhas em arenas ou grades neon em zonas cibernéticas — e os inimigos possuem silhuetas claras.

Contudo, combates tardios sofrem com excesso de partículas, que às vezes ocultam ameaças. A trilha sonora, embora energética, torna-se repetitiva em sessões longas, faltando variedade temática para o cenário cósmico. Efeitos sonoros são funcionais, mas impactos de armas e explosões não impressionam.

Galactic Glitch
Reprodução/Crunchy Leaf Games

Veredito

Galactic Glitch triunfa como um roguelite robusto e rico em conteúdo, onde o combate orientado por física gera adrenalina. Sua campanha de 10 horas, somada ao modo New Game+ e builds infinitas, oferece alta rejogabilidade.

Apesar de uma narrativa superficial (sobre uma IA fugindo de uma simulação) e áudio pouco marcante, esses pontos fracos não ofuscam seus méritos: combate envolvente, progressão significativa e suporte pós-lançamento atento ao feedback.

Também vale ressaltar que comprar o jogo apoia ajuda humanitária na Ucrânia, já que metade da equipe da Crunchy Leaf é ucraniana e parte dos lucros é destinada a seu país. Para fãs do gênero em busca de inovação no caos, esta é uma jornada essencial.

Galactic Glitch
Reprodução/Crunchy Leaf Games

A versão 1.0 de Galactic Glitch já está disponível para PC via Steam.

*Chave de PC para produção desta análise cedida pela Crunchy Leaf Games

REVER GERAL
Enredo
Direção
Trilha Sonora
Jogabilidade
Design
Matheus
Fã de Yu-Gi-Oh!, Drakengard/NieR e Tomb Raider. Nas horas vagas, analista de Relações Internacionais e professor de inglês.
critica-galactic-glitch-mistura-caos-fisico-e-maestria-rogueliteGalactic Glitch triunfa como um roguelite robusto e rico em conteúdo, onde o combate orientado por física gera adrenalina. Sua campanha de 10 horas, somada ao modo New Game+ e builds infinitas, oferece alta rejogabilidade. Apesar de uma narrativa superficial (sobre uma IA fugindo de uma simulação) e áudio pouco marcante, esses pontos fracos não ofuscam seus méritos: combate envolvente, progressão significativa e suporte pós-lançamento atento ao feedback.