Atenção: o texto abaixo pode conter spoilers dos eventos de Final Fantasy VI. Caso ainda não tenha jogado esta obra-prima da Square.

Lançado em 1994, Final Fantasy VI era a mais nova entrada da franquia no Super Nintendo. A trama se passa em um mundo de fantasia, mas com uma tecnologia equivalente à da Segunda Revolução Industrial.

A história básica do jogo se desenrola em cima de um grupo de rebeldes que procuram derrubar uma ditadura imperial. Final Fantasy VI possui inúmeros personagens para se treinar e evoluir, mas vamos falar de um dos vilões mais icônicos da história tanto da franquia quanto dos jogos como um todo.

O vilão foi pensado por Yoshitaka Amano, que teve total liberdade para criar o personagem, apenas tendo orientação a respeito de sua personalidade.

O Coringa do mundo de Final Fantasy?

Uma das marcas registradas do vilão são suas roupas de palhaço, bem espalhafatosas, por sinal. Isso lhe rendeu uma comparação com outro vilão icônico da Cultura Pop: o Coringa, do universo do Batman. Suas roupas são berrantes e extravagantes, além de ter uma maquiagem exagerada no rosto, lembrando muito o arquirrival do Morcegão. Além, é claro, do riso. Estridente e infantil, por assim dizer. Típico dos loucos. 

Um vilão fora dos padrões

A primeira aparição de Kefka Palazzo é como o bobo da corte e general do exército sob o Imperador Gestahl. Kefka tem 35 anos, medindo apenas 1,67 e pesando 48 kg. O vilão tem cabelos louros e um belo par de olhos azuis.

Toda sua loucura surge a partir do momento em que ele é o primeiro humano a ser infundido com a magia “Magitek“, mesmo que de forma experimental, o que lhe rendeu a habilidade de usar magia. Este foi o ponto inicial de sua loucura: o processo todo distorceu sua mente, transformando-o no psicopata niilista.

Com o decorrer da aventura, Kefka vai colocando para fora todas as características típicas de um maníaco psicopata, o que acaba indo de encontro ao Apocalipse, e assim se pronunciar como o Deus da Magia. Agora ele é o verdadeiro vilão de Final Fantasy VI.

O diferencial de Kefka está em sua abordagem como vilão. Ele está longe de ser aquele vilão tradicional de RPG, com tons de cinza. Um dos produtores do jogo, Yoshinori Kitase, responsável pelo roteiro, decidiu fazer o vilão ser marcante por atitudes que saíam do convencional.

Um momento marcante para sua personalidade se passa no deserto, onde ele pede a seus acompanhantes que lhe tire a poeira de suas botas no meio de um deserto, mostrando que o bobo da corte era completamente pirado. Ou, como dizem por aí, “falta-lhe um parafuso”.

À medida em que seu poder vai aumentando descontroladamente, seu niilismo e loucura crescem a um ponto em que quando ele finalmente consegue seu objetivo e obtém poderes divinos, toda a aversão que ele tem pelas coisas vem à tona. Ódio é uma palavra comum no dicionário de Kefka Palazzo.

Kefka é sádico ao extremo, divertindo-se com a própria ideia de pessoas morrendo e gritando. E isso fica muito claro quando ele envenena Doma. Ou de sua admissão antes de confrontar os Restoradores pela última vez. Ele gosta de destruir o que vê pela frente pelo simples fato de que vidas são perdidas no processo.

Caso o jogador queira explorar ainda mais toda essa loucura, recomendo jogar Dissidia Final Fantasy.

O maior vilão de todos?

Além de toda a aventura passada em Final Fantasy VI, Kefka também apareceu em outros jogos. Dissidia, Dissidia NT, Opera Omnia, Theatrhythm e tantos outros. Vale a pena jogar os outros títulos.

Por fim, é sempre bom lembrar sempre que Kefka foi um dos poucos vilões de um jogo que conseguiu de fato alcançar seu objetivo. Poucos vilões têm em sua galeria de conquistas um troféu tão importante assim. Que grande moral tem o nosso amado palhaço, hein?