Spirit of the North 2 foi lançado em 08 de maio para as plataformas PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, PC (via Steam). Desenvolvido pela Infuse Studio e publicado pela Merge Games e Silver Lining Interactive, o game carrega elementos do primeiro game e amplia seu mundo ao proporcionar mais momentos de exploração.
Enredo e exploração
No game a narrativa acompanha a raposa, que também protagonizou o primeiro game, e seu companheiro corvo em uma ilha desconhecida com restos de uma civilização. Nosso protagonista precisa reencontrar seu caminho, porém um xamã domina o local e aprisiona elementos que devem ser libertos para que nosso objetivo seja cumprido. Da mesma forma que o primeiro game, a história se manteve abstrata, mas combinando o tom narrativo com sua parte de exploração de mapas.
Isso porque, diferente de seu antecessor, no qual jogávamos em áreas semi-abertas com um caminho bem delineado, aqui temos um mundo com muito a ser descoberto. Nem todos os lugares levam ao rumo da narrativa principal, sendo uma constância nos deparamos com regiões que guardam pergaminhos e outras curiosidades. Ao mesmo tempo que a amplitude do mapa é interessante, ela também desnorteia o objetivo principal uma vez que todo o game é marcado pelo minimalismo, o que pode trazer um certo cansaço para a aventura.

Agora, juntando o foco de sua narrativa e sua exploração, temos que ambos são complementos adicionados de forma competente, mas minimalistas demais. Propondo um mundo muito mais amplo e cheio de lugares para explorar, a utilização de sinais mais claros de por onde avançar seriam muito bem vindos. Uma abordagem mais explícita também traria mais impacto para a narrativa – que não precisaria deixar de ser intimista, somente se mostrar um pouco mais – e não a sensação que muitos dos nossos avanços na história ocorreram por acaso.
Gameplay
A gameplay pode ser dividida em dois momentos distintos: a exploração e batalhas contra os chefes. Iniciando pela exploração, temos as ações básicas de correr e pular, podendo alcançar alguns lugares com a ajuda do corvo (que também é usado para esquiva em batalhas). Consistindo na maior parte do game, iremos encontrar puzzles relativamente fáceis de serem resolvidos, sendo suas mecânicas quebrar vasos marcados com runas ou levar totens de um lado para o outro.

Os comandos funcionam bem na maior parte do tempo e são funcionais para exploração que sabe usar a verticalidade proporcionada pelo mapa. Entretanto, momentos que envolviam plataformas podem trazer um certo estresse por problemas de colisão. Assim, erros como esse podem custar todo um caminho já percorrido e consumindo ainda mais tempo para alcançá-lo novamente.
Também utilizando as mecânicas básicas temos as batalhas contra os chefes. Ao todo temos seis embates no game, sendo eles contra o Corvo, O Alce, o Carneiro, o Lobo, o Urso e o Xamã. Cada um deles está em uma área do mapa e quando derrotados iremos enfrentar o Xamã, que é o boss final na arena que passamos no início do jogo. Essas batalhas são bem feitas e bastante diferentes uma das outras, o que as tornam momentos marcantes na gameplay. O que colabora com isso é o fato de que eles são o vínculo principal com a narrativa central, assim, ao derrotá-los obtemos mais informações sobre o que está se passando.

Visual
Quando falamos de seu visual, temos um estilo artístico semelhante ao primeiro game, bem trabalhado e que sabe explorar sua proposta de mundo aberto. Se aproveitando da verticalidade proporcionada pela mecânica do nosso companheiro corvo, a direção de arte sabe como mostrar os ambientes e passar a sensação do quão pequeno nosso protagonista é frente ao mundo que está enfrentando. Além disso, cada parte do mapa também apresenta suas característica próprias, o que torna a jornada variada apesar do que foi comentado anteriormente.
Ainda no visual, uma marca do game é a personalização do nosso protagonista. Explorando o mapa podemos ampliar nossas possibilidades e alterar diversos elementos da raposa ao adicionar cores, traçados e cosméticos, por exemplo. Em relação a gameplay as mudanças não trazem impacto, porém é um recurso interessante que já está presente desde seu antecessor.
Veredito
Spirit of The North 2 é um bom jogo e mantém algumas das características boas do primeiro game, estando entre elas a sua trilha sonora, sonorização e visual. Entretanto seu mapa aberto minimalista funciona como uma faca de dois gumes: ao mesmo tempo que proporciona momentos curiosos de exploração, também desnorteia e tira a importância do caminho principal. Isso pode desnortear os jogadores e tirar o foco de uma narrativa já abstrata pode fazer com que a gameplay seja cansativa.
Sua gameplay funciona bem na maior parte do tempo, sendo as interações com o companheiro corvo interessante e proporcionando acesso a áreas mais verticais do mapa. Porém, em diversos pontos temos problemas de colisão com objetos do cenário, principalmente em relação a plataformas de pulo nas quais um erro pode custar todo um longo caminho já feito. Ainda sim, Spirit of The North 2 é um bom jogo de forma geral e irá agradar os fãs do primeiro game e entusiastas de jogos que buscam explorar suas próprias características com uma narrativa singular.
*Chave para análise enviada para Xbox Series pela Merge Games